VIRARAM COSTAS À MINISTRA
Foi com a manifestação dos funcionários judiciais em som de fundo que começou a cerimónia da abertura do Ano Judicial. Os protestos subiram de tom quando a ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, tomou a palavra.
Concentrados em frente ao Supremo Tribunal de Justiça, onde decorria a cerimónia, os cerca de três mil oficiais de justiça viraram-se de costas para o ecrã gigante que trans mitia o discurso da governante. Apuparam e assobiaram Francisca Van Dunem, enquanto acenavam com lenços brancos.
Os protestos foram de tal forma audíveis no interior do edifício que a ministra não se escusou a fazer-lhes uma referência. “Decorre lá fora uma concentração dos oficiais de justiça. Temos falado sobre o que é possível fazer, mas diria que hoje, dia de abertura formal do ano judicial, estariam melhor cá dentro do que lá fora”, disse, acrescentando que, recentemente, foram admitidos mais 400 funcionários judiciais.
Lá fora, os trabalhadores exigiam a retoma das negociações sobre a revisão do estatuto dos profissionais no setor. O presidente do sindic at o , Fe r - nando Jorge, lembrou que os protestos decorrem até final de janeiro, admitindo suspender a greve “se o Ministério da Justiça entregar uma proposta escrita e aceitável até lá”.
‘Mão de obra escrava na justiça? Não!’, ‘Privatização na justiça, não!’e ‘Queremos um estatuto digno’ foram alguns dos cartazes visíveis no protesto.
ASSOBIOS E APUPOS FORAM AUDÍVEIS DENTRO DO SUPREMO TRIBUNAL