THERESA MAY
HUMILHAÇÃO Theresa May sofre derrota histórica e esmagadora na Câmara dos Comuns DESAFIO Oposição trabalhista avança com moção de censura contra a primeira-ministra
Sofreu uma derrota esmagadora no parlamento britânico e terá de enfrentar uma moção de censura. O plano para o Brexit foi chumbado com 432 votos contra e apenas 202 a favor.
OParlamento britânico infligiu ontem uma histórica e humilhante derrota à primeira-ministra Theresa May ao rejeitar de forma esmagadora o seu Acordo do Brexit, deixando presa por um fio a sua continuidade à frente do executivo e acercando ainda mais o Reino Unido do abismo de uma saída sem acordo da União Europeia a 29 de março.
Se a derrota já era esperada, os números não deixaram de surp re e nde r: 4 3 2 de p utado s chumbaram o acordo, contra apenas 202 que votaram a favor, muito aquém dos 318 que May precisava para clamar vitória. Tratou-se, a todos os títulos, de
118 DEPUTADOS CONSERVADORES REJEITARAM ACORDO
uma derrota esmagadora para a primeira-ministra e o seu governo, que tiveram o apoio de menos de um terço dos deputados, naquela que foi a derrota mais pesada de um governo no Parlamento em quase um século. Entre os mais de 400 deputados que votaram contra o acordo, 118 são do Partido Conservador, da própria Theresa May.
“A Câmara falou e o governo ouviu. Ficou claro que o Parlamento não apoia este acordo, mas a votação desta noite não nos diz nada sobre aquilo que os deputados apoiam”, disse May, desafiando a oposição a avançar com uma moção de censura para avaliar se o governo continua a ter o apoio do Parlamento.
E foi isso mesmo que fez o líder da oposição trabalhista instantes depois. Num discurso duro, Jeremy Corbyn acusou o gover- no de “incompetência” e anunciou uma moção de censura que será votada já hoje. Se a moção for aprovada, o governo cai e o Reino Unido terá de realizar novas eleições, provocando o adiamento inevitável do Brexit. Se May conseguir manter-se no poder promete ouvir os partidos e voltar ao Parlamento com novas propostas até segunda-feira, antes de regressar a Bruxelas para exigir mais concessões.