Correio da Manha

Atinge ex-funcionári­a a tiro ao recusar sexo

VIOLÊNCIA r ‘ Zé Estofador’ julgado por homicídio tentado com um disparo de caçadeira sobre jovem de 20 anos CRIME r Ameaçou ainda a mãe da vítima de que as matava se aquela não voltasse

- JOSÉ DURÃO

Não queria que ele magoasse a minha mãe, foi por isso que voltei à oficina”. Foi assim que Mónica Raimundo justificou ontem, no início do julgamento, ter voltado à oficina em Tinto, Pombal, de José Nunes, conhecido por ‘Zé Estofador’, acusado de ter baleado a jovem - na altura com 20 anos - por a vítima ter recusado os seus avanços sexuais.

Os factos remontam a setembro de 2016. A mãe da vítima, chamada ao banco das testemunha­s, contou que, antes do dia fatídico, já depois de a jovem ter abandonado o emprego na

SÓ PEDIU SOCORRO QUANDO VÍTIMA DISSE QUE NÃO O DENUNCIAVA

oficina devido às sucessivas tentativas de José Nunes em encetar uma relação amorosa, o arguido lhe tinha dito que, caso a jovem se recusasse a voltar ao trabalho, as matava às duas.

No dia seguinte, temendo pela segurança da mãe, a jovem voltou à oficina. Os dois discutiram e José Nunes obrigou-a a sentar-se numa cadeira, coagindo-a com uma caçadeira. A quatro passos da jovem, premiu o gatilho e atingiu-a numa perna. Ao ver o ferimento, o homem descontrol­ou-se e a jovem apenas conseguiu que lhe pedisse socorro depois de lhe dizer que “gostava muito dele” e prometer que iria mentir à po- lícia. Seria no hospital, já em segurança, que contaria a nova versão aos inspetores da Polícia Judiciária de Leiria.

O homem, acusado de crimes de tentativa de homicídio qualificad­o agravada, coação agravada, ameaça agravada, dano, simulação de crime e detenção de arma proibida, voltou a alegar que o tiro tinha sido acidental, uma tese que tanto a Polícia Judiciária como o juiz consideram ser pouco credível.

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‘Zé Estofador’ voltou a garantir em tribunal que disparo de caçadeira foi acidental, mas juiz não deu credibilid­ade

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