ARMANDO VARA
ENTREGA-SE Ex- ministro chega à cadeia de Évora a poucos minutos das 17h00 PRECÁRIA Falta de arrependimento pode dificultar libertação de ex-governante a meio da pena. Condenado a cinco anos por três crimes
Finalmente, após perder todos os recursos, o ex-governante apresentou-se à porta da prisão de Évora onde vai cumprir uma pena de cinco anos por três crimes de tráfico de influências.
Armando Vara, o ex-ministro socialista agora em prisão efetiva, vai dentro de poucos dias tentar ‘safar’ a filha Bárbara no processo Marquês. O ex-governante foi arrolado como testemunha - embora seja também arguido - para dizer que a filha não sabia que na conta bancária em que ela era titular tinha sido depositado um milhão de euros, que agora as autoridades garantem ter sido obtido de forma ilícita.
D e ve r á s e r então no próx i mo d i a 2 9 que Vara sairá da cadeia pela primeira vez e, nessa altura, também já saberá o que disse a filha - que vai ser ouvida a 28. No requerimento de abertura de instrução, Bárbara pediu também que a mãe fosse ouvida, para explicar exatamente que o facto de figurar o seu nome numa conta com o pai não a levava a conhecer os montantes que eram depositados na mesma.
Mesmo assim, Armando Vara deverá manter que não recebeu qualquer dinheiro por ter permitido o empréstimo bancário aos gestores de Vale do Lobo. Uma postura idêntica à assumida no processo Face Oculta, no qual também negou sempre a prátic a de qualquer c rime. “Uma injustiça, não cometi qualquer ilegalidade”, disse ontem o ex-ministro quando chegou à cadeia de Évora para se entregar. Faltavam poucos minutos para as 17 horas e Armando Vara chegou com o advogado, Tiago Rodrigues de Bastos. “É um dia triste para mim porque o meu cliente está inocente”, garantiu ainda o causídico que também o acompanha no processo Marquês.
A falta de arrependimento de Vara poderá, no entanto, ter consequências nefastas em termos de cumprimento de pena. Condenado a cinco anos de prisão efetiva, o Tribunal de Execução de Penas pode rejeitar a sua libertação a meio da pena, exatamente por esse motivo.
EX-POLÍTICO AFIRMA QUE BÁRBARA NÃO SABIA DO DEPÓSITO DE 1 MILHÃO €