Correio da Manha

BREXIT THERESA MAY SOBREVIVE AMOÇÃO DE CENSURA

IMPASSE r Primeira- ministra convida oposição a negociar, mas partidos exigem que governo afaste primeiro possibilid­ade de saída sem acordo

- RICARDO RAMOS*

Aprimeira-ministra britânica Theresa May sobreviveu ontem à moção de censura apresentad­a pela oposição trabalhist­a, mas o Reino Unido não parece estar mais perto de uma solução para a crise aberta pela rejeição do acordo do Brexit pelo Parlamento, na terça-feira.

A moção de censura foi rejeitada por uma margem de 19 votos - 306 deputados votaram a favor da demissão de May, perante 325 que votaram contra a moção. Um cenário bem diferente da véspera, quando o acordo do Brexit foi chumbado por uma esmagadora maioria de 432-202.

19 VOTOS SALVAM PRIMEIRA-MINISTRA DE DEMISSÃO FORÇADA “ELEIÇÕES AGORA SERIA A PIOR COISA QUE PODÍAMOS FAZER. SÓ IA SERVIR PARA AUMENTAR AINDA MAIS AS DIVISÕES QUANDO PRECISAMOS

É DE UNIÃO”

THERESA MAY,

PRIMEIRA-MINISTRA BRITÂNICA “SE O GOVERNO NÃO CONSEGUE FAZER APROVAR A SUA LEGISLAÇÃO NO PARLAMENTO, É UM GOVERNO ZOMBIE”

JEREMY CORBYN,

LÍDER DO PARTIDO TRABALHIST­A “SE HOUVER UM SEGUNDO REFERENDO, HAVERÁ UMA MAIORIA AINDA MAIOR A FAVOR DA SAÍDA”

NIGEL FARAGE,

EX-LÍDER DO UKIP “A PRIMEIRA COISA QUE THERESA MAY DEVE FAZER É ADIAR A DATA DO BREXIT”

NICOLA STURGEON,

LÍDER DOS NACIONALIS­TAS ESCOCESES

May agradeceu a confiança do Parlamento e procurou de imediato tomar a iniciativa, convidando os líderes de todos os partidos para negociaçõe­s com vista a alcançar um consenso sobre o Brexit, mas o convite foi prontament­e rejeitado pela oposição. Jeremy Corbyn, do Partido Trabalhist­a, e Ed Davey, dos Liberais-Democratas, garantiram que só tencionam sentar-se à mesa das negociaçõe­s com May se a primeira-ministra rejeitar de antemão a possibilid­ade de um Brexit sem acordo. Já a líder nacionalis­ta escocesa, Nicola Sturgeon, foi mais longe e exigiu como pré- c o ndiç ão p ar a ne go c iar o adiamento do Brexit e a realização de um segundo referendo sobre a saída do Reino Unido da União Europeia, opção que parece ganhar cada vez mais força entre alguns setores do Partido Trabalhist­a (ver caixa).

O governo já garantiu que não tenciona retirar da mesa a possibilid­ade de uma saída sem acordo, tornando impossível qualquer entendimen­to com a oposição. Recorde-se que May prometeu voltar ao Parlamento na segunda-feira com uma versão alternativ­a do acordo, mas perante o atual impasse, arrisca uma nova derrota.

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Theresa May mantém recusa de afastar a possibilid­ade de uma saída sem acordo da União Europeia
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Trabalhist­as querem que Corbyn exija realização de outro referendo

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