Quatro encapuzados espancam e ameaçam
VÍTIMA r Homem, de 27 anos, sofreu uma fratura craniana e lesões nos braços, tórax e pernas
Não me mataram porque Deus não quis”, contou ao CM um homem, empresário agrícola, espancado por quatro encapuzados e armados, que lhe provocaram uma fratura craniana e lesões nos braços, tórax e pernas. Uma discórdia com um vizinho devido à utilização da água de uma nascente, perto de Beja, pode estar na origem da agressão.
Jorge Ramos, de 27 anos, trabalhava, dia 20 do mês passado, com um trator no monte da Es
pargueira, entre o rio Guadiana e Quintos, freguesia do concelho de Beja, propriedade dos sogros. Com o barulho das máquinas não se apercebeu da chegada dos encapuzados.
“Ouvi uns ruídos, olhei para trás e vi quatro pessoas com armas de fogo e as caras tapadas. Uma delas subiu para o trator. Tentei defender-me e consegui destapar-lhe a cara. Reconheci-a como sendo da terra”, conta. Um outro encapuzado puxou a vítima para o chão, apontou-lhe “um revólver” e, em seguida, bateram-lhe com um pau. No fim deixaram-lhe uma mensagem: “Não te metas mais com a família Karsten Larsen”, revelou Jorge Ramos. Tratam-se de cidadãos dinamarqueses que compraram em 1997 a herdade Gravia dos Pisões, propriedade localizada junto ao monte da Espargueira.
A vítima esteve quatro dias internada no Hospital de São José, em Lisboa, e em recuperação no hospital de Beja. Já teve alta, mas continua sem trabalhar. Há meses ac o nte c e u uma discórdia entre as duas famílias, provocada pela utilização da água de uma nascente. Larsen terá direcionado a água só para o seu consumo. A situação foi esclarecida em tribunal, mas, segundo Jorge Ramos, o dinamarquês nunca aceitou a decisão do juiz.
DISCÓRDIA PROVOCADA PELA UTILIZAÇÃO DE ÁGUA PODE TER SIDO A CAUSA