“Amiguismo” na GNR dá guerra com cabos
POLÉMICA Militares que frequentaram curso de cabos apanhados de surpresa com transferência CRÍTICAS Associações dizem que os profissionais foram enganados pelo Comandante Geral
Mais de 250 militares da GNR estão desesperados com uma decisão do Comando Geral. A medida – que transfere estes elementos para outros pontos do País – já está a ser contestada pelas três associações sindicais da Guarda. Uma delas apresentou ontem uma providência cautelar contra o despacho do tenente-general Botelho Miguel emitido na sexta-feira e que tem efeito no próximo dia 26.
“Exigimos a suspensão deste ato de colocação de militares com o posto de cabo com fundamento em ilegalidade. O Comando Geral da GNR determi
nou a transferência dos elementos que, ao abrigo do antigo estatuto, já tinham sido promovidos, mas que frequentaram o curso de promoção posteriormente. Na prática, estes militares já estavam colocados. No entanto, ao contrário do que estava definido, o Comando Geral decidiu agora transferir estes elementos que frequentaram o curso. Ou seja, não há qualquerpr omoção agora, mas há uma transferência por imposição”, acusa Pedro Gouveia, da Associação Nacional Autónoma de Guarda (ANAG), que avançou para os tribunais para travar estas transferências.
O responsável afirma ainda que houve “tratamento preferencial” a alguns militares que exercem funções junto do Comando Geral e que permaneceram nos postos de trabalho onde estavam. “São colocações por amiguismo, isso tem de acabar. Não é justo, nem adequado, militares mais novos passarem à frente”, aponta Cláudio Almeida, sargento e dirigente da Associação de Profissionais da Guarda (APG), que já enviou ofícios a questionar o Comando Geral sobre a decisão.
Também José Alho, da Associação Sócio-Profissional Independente da Guarda (ASPIG), critica a decisão. “Quem perde é a instituição. Estes elementos vão desmotivados”.
PROVIDÊNCIA CAUTELAR DA ANAG JÁ ESTÁ A CORRER NO TRIBUNAL