Correio da Manha

Salários pressionam subida do preço do pão

PREÇOS Industriai­s não definiram valores mas admitem que carcaça vai sofrer ligeiras correções TRABALHO Valor do salário mínimo é decisivo já que a mão de obra representa 33% dos custos

- SECUNDINO CUNHA

Os industriai­s da panificaçã­o não querem falar em aumento do preço do pão para o próximo ano, mas alegam uma “situação muito difícil” e consideram que “alguma coisa vai ter de ser feita”.

“O preço das matérias-primas não deve sofrer grandes alterações, mas é preciso ver que os salários, que representa­m 33% dos custos, vão aumentar e os fatores energético­s também”, diz ao Correio da Manhã o industrial minhoto Albano Silva.

A secretária-geral da Associação do Comércio e da Indústria de Panificaçã­o, Pastelaria e Similares (ACIP) afirmou à Lusa que o preço do pão pode sofrer “ligeiras correções”, mas recusou-se a falar em aumentos do preço da carcaça.

INDUSTRIAI­S DIZEM QUE AUMENTO DO PREÇO DO PÃO VAI SER INEVITÁVEL

"O que poderá haver são ligeiras correções de preços e, mesmo estas, dependem de caso para caso", explicou Graça Calisto, salientand­o que, neste setor, não é fácil estabelece­r valores certos, uma vez que "o preço e o peso do pão são livres".

Mas se a ACIP não fala em aumentos de preços, os industriai­s dizem que esses aumentos são inevitávei­s. “O salário mínimo vai aumentar, o que faz com que os outros vencimento­s sejam atualizado­s; para além disso, sofremos este ano aumentos significat­ivos do gás, da eletricida­de e do gasóleo. O que podemos fazer? Se não aumentarmo­s os preços temos de fechar as portas”, afirmou o industrial portuense João Cunha.

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Empresas do setor reconhecem que as mudanças são “inevitávei­s” face ao peso dos custos de produção
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Combustí v e i s t a mbém p r e s s i o n a m

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