Correio da Manha

JUSTIÇA.

COSTA Costa diz que delação premiada faria andar mais depressa caso BES. Partidos têm dúvidas

- DIANA RAMOS / WILSON LEDO

COSTA DEFENDE A DELAÇÃO PREMIADA NO CÓDIGO PENAL PORTUGUÊS, MAS HÁ RETICÊNCIA­S POR PARTE DA OPOSIÇÃO.

Os partidos mantêm dúvidas sobre a introdução da chamada delação premiada no Código Penal português, depois de o primeiro- ministro ter defendido numa entrevista ao ‘Público’ este mecanismo de colaboraçã­o com a Justiça, sublinhand­o o efeito que poderia ter em casos como o BES.

“Pessoalmen­te defendo que se possa avançar em mecanismos mais negociais de aplicação de penas”, começou por afirmar António Costa, atirando depois a questão: “Como é que é possível ainda ninguém ter sido julgado no caso BES e o senhor Madoff ter sido condenado em pouco tempo? Foi condenado em pouco tempo porque fez um acordo de sentença.”

O líder do PCP admite que se trata de “uma questão muito sensível”. “Ao longo de toda a história, este partido tem uma certa rejeição em relação a esse estatuto”, afirmou Jerónimo de

Sousa, garantindo que o grupo parlamenta­r vai olhar para a questão. “Não há bons nem maus delatores. Devemos tratar com a sensibilid­ade que a questão coloca na vida das pessoas.”

O presidente do PSD também confessa que o “tema é delicado”. “Não fecho a porta, mas não quero criar novos problemas na sociedade”, sublinhand­o “ter dúvidas” que a redação de tal instrument­o evite acusações indevidas.

Catarina Martins, do Bloco de Esquerda, não quis comentar o tema da delação premiada.

RIO NÃO FECHA A PORTA AO CONCEITO, MAS FRISA QUE O “TEMA É DELICADO”

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Ministra da Justiça pediu a um grupo de trabalho que avaliasse a medida. O primeiro-ministro é favorável à proposta

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