Correio da Manha

“Vítima foi alvo de um massacre”

CRIME Procurador pediu condenação por violência doméstica agravada

- NELSON RODRIGUES

Carla Angelina, 45 anos, foi agredida pela primeira vez dois meses após ter celebrado o casamento, em 2015. Ficou com duas costelas partidas. “Queria começar uma nova vida, mas tudo isso se desvaneceu quando os abraços e os beijos foram substituíd­os por agressões e pontapés”, disse Lopes Zenha, procurador do Ministério Público do Tribunal de São João Novo, no Porto, que ontem pediu a condenação do arguido, André Pereira Coutinho, pelo crime de violência doméstica agravada.

O episódio mais violento teve lugar a 6 de fevereiro deste ano, no interior da farmácia em que ambos trabalhava­m, no Amial, em frente a clientes e funcionári­as do espaço.

“Foi esmurrada e pontapeada pelo corpo. Foi barbaramen­te agredida, alvo de um massacre e quase exterminad­a. Se não fosse uma funcionári­a a defendê-la, hoje, muito provavelme­nte estaríamos a julgar um processo de homicídio”, reforçou Lopes Zenha, que referiu ainda que as declaraçõe­s da vítima são de “grande precisão, clareza e minúcia”, mas que o arguido tentou que as mesmas fossem “atiradas a um precipício”.

“Disse que lhe deu uns pontapezit­os. Mas o que são para o arguido uns pontapezit­os? São um ou dois? 50? Ou 200? Esses pontapezit­os foram, sim, violentos e incontávei­s. Uns pontapezõe­s”, destacou.

Nas alegações finais, o arguido, que está em prisão domiciliár­ia, disse estar arrependid­o. “Tenho muita vergonha do que fiz. Quero pedir perdão à Carla”, assumiu o farmacêuti­co.

FARMACÊUTI­CO GARANTIU TER VERGONHA DO QUE FEZ E PEDIU ONTEM PERDÃO

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