Correio da Manha

Mortes por overdose sobem quase 30%

NOVO de 50% dos 49 mortos em 2018 consumiram heroína e cocaína SITUAÇÃO Mais droga disponível, mais pura e tráfico geram mais violência

- BERNARDO ESTEVES

Morreram 49 pessoas com overdose de droga em 2018, face às 38 de 2017, numa subida de quase 30 por cento. Mais de 60% tinham consumido heroína e 51% cocaína. “Estamos preocupado­s. Há padrões de consumo de alto risco que estão a regressar”, disse João Goulão, presidente do Serviço de Intervençã­o nos Comportame­ntos Aditivos e nas Dependênci­as (SICAD), na apresentaç­ão do relatório da droga, ontem, no Parlamento. Alexis Goosdeel, presidente do Obser

DIRETOR DA PJ DIZ QUE TRAFICANTE­S TÊM MAIS MEIOS DO QUE A POLÍCIA

vatório Europeu da Droga, explicou que o mercado das drogas ilegais “está a mudar muito rapidament­e”, havendo mais droga disponível e mais pura, verificand­o-se ainda um “aumento da violência ligada ao tráfico”. Deu o exemplo de “ataques com granadas” recentes na Bélgica.

Luís Neves, diretor da PJ, explicou que “as organizaçõ­es criminosas têm meios que as polícias não têm, a nível nacional e internacio­nal, com tecnologia de ponta e comunicaçõ­es cifradas a que não se consegue aceder”. O relatório revela que o número de utentes readmitido­s em tratamento­s contra drogas e álcool aumentou pelo segundo ano seguido em 2018, após uma descida de 2013 a 2016. Também os 1858 novos utentes a recorrer ao ambulatóri­o representa­m um aumento face a 2017. A heroína é a droga mais referida, mas nos novos utentes em ambulatóri­o prevalece a canábis e a cocaína (ver pág. 47).

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Há padrões de consumo de alto risco que estão a regressar, alerta o SICAD

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