Correio da Manha

Banqueiro escapa três anos a notificaçã­o

CASO Tomás Correia alvo de nova acusação do período em que geria banco. Regras contabilís­ticas e de controlo interno por cumprir REGULADOR Enviou a polícia mas publica decisão em edital

- DIANA RAMOS NOTÍCIA EXCLUSIVA DA EDIÇÃO EM PAPEL

OBanco de Portugal levou quase três anos para notificar Tomás Correia, ex-presidente da Caixa Económica Montepio, de uma nova acusação num processo de contraorde­nação por irregulari­dades a nível contabilís­tico no registo de operações financeira­s, produtos derivados e por falhas no controlo interno. A decisão foi publicada em edital, depois de o regulador não ter conseguido notificar o ex-banqueiro.

A decisão foi tomada a 1 de março de 2017, mas só ontem o supervisor publicou a notificaçã­o de acusação num anúncio na imprensa. O ex-líder do Montepio é acusado de seis infrações, sendo que as coimas dos crimes que lhe são imputados variam entre mil euros e 5 milhões. Tomás Correia tem 30 dias para contestar a acusação. Segundo o edital, é acusado de incumprir o “dever de consistênc­ia de políticas contabilís­ticas de resultados por operações financeira­s” e do “incumprime­nto do dever de manter um sistema de controlo interno”. Além disso, o supervisor acusa Tomás Correia de não assegurar “a influência efetiva do sistema de gestão de riscos no processo de decisão do órgão de administra­ção”, ou seja, de não travar ao nível da gestão operações de risco elevado, e de não implementa­r “um sistema de controlo interno adequado de acompanham­ento dos riscos”. O regulador especifica que houve irregulari­dades na forma como foram contabiliz­ados instrument­os financeiro­s derivados – de elevado risco, o que tinha implicaçõe­s nos fundos próprios.

Segundo apurou o CM, o Banco de Portugal tentou a notificaçã­o por correio. Face à impossibil­idade de contactar o ex-banqueiro, fez o pedido de notificaçã­o através da polícia, também sem efeito, optando pela publicação em edital.

O regulador considera que Tomás Correia é autor das infrações, “a título doloso, e na forma consumada”.

SÃO SEIS AS INFRAÇÕES EM QUE SE SUSTENTA A ACUSAÇÃO DO REGULADOR

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Ex-líder do Montepio Geral é acusado da prática de seis infrações, cujas coimas que podem ir de mil euros a cinco milhões
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