Correio da Manha

MARTE. NASA VAI ENVIAR UM NOVO VEÍCULO ESTE ANO PARA CONTINUAR A EXPLORAR O SOLO DO PLANETA VERMELHO.

VIAGEM NASA envia novo veículo mais moderno para explorar o planeta vermelho INÉDITO Objetivo é encontrar sinais de vida passada e preparar viagem do homem a Marte, na década de 2030

- BERNARDO ESTEVES

Um novo veículo para exploração de Marte vai ser enviado para o planeta vermelho este ano com o objetivo de encontrar vestígios de vida. O novo rover vai juntar-se ao ‘irmão’ ‘Curiosity’, que explora Marte desde 2012 e que se dedicou a tentar perceber o que transformo­u o planeta num deserto gelado. O lançamento acontece em julho ou agosto, mas a chegada a Marte só está prevista para fevereiro de 2021.

O veículo espacial, cujo nome não foi ainda escolhido, vai aterrar na Cratera Jezero, uma área onde havia água e que fica a mais de 6 mil quilómetro­s do ‘Curiosity’.

Rui Agostinho, diretor do Observatór­io Astronómic­o de Lisboa, explica que o rover vai “tentar encontrar água e vestígios de vida em profundida­de”, porque à superfície a “radiação é muito elevada”, o que torna essa tarefa complicada.

A missão serve também para preparar a primeira viagem do homem a Marte, prevista para a década de 2030. A sonda levará fatos de astronauta­s para testar a capacidade de resistênci­a à radiação.

A capacidade tecnológic­a do novo veículo, cujo nome não foi ainda escolhido, é bastante superior à do ‘irmão’. Enquanto o ‘Curiosity’ tem apenas quatro câmaras que captam e transmitem imagens a cores, o novo rover terá 23 câmaras, a maioria a cores. O novo equipament­o vai ter ainda dois microfones capazes de captar pela primeira vez o som dos ventos marcianos e instrument­os da sonda em ação. Outra inovação é uma Mastcam-Z que permite fazer zoom, panorâmica­s e gravar em alta definição.

Ainda assim, Rui Agostinho mostra-se cético quanto à possibilid­ade de encontrar vestígios de vida em Marte. “Tem havido um esforço muito grande e todos os resultados têm sido negativos em relação à existência de sinais de vida. Não ponho muita esperança nisso”, analisa o astrofísic­o, notando que “é preciso ter em conta que estes robôs não têm grande mobilidade, porque é preciso recarregar as baterias a energia solar e Marte fica mais longe do Sol”. Rui Agostinho concede contudo que há “avanços no acesso à energia porque a tecnologia das baterias de lítio tem melhorado”.

O novo rover terá também rodas mais estreitas e capazes de evitar o embate com pedras. Os braços robóticos terão brocas mais largas e capazes de cortar pedras inteiras e não apenas transforma­r tudo em pó. O veículo calcula o caminho cinco vezes mais rápido do que o ‘irmão’, o que permite colher mais amostras e cobrir uma área maior.

SONDA VAI TESTAR FATO PARA ASTRONAUTA­S LEVAREM EM 2030

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