Empresário morto esteve preso por burlar Estado
HISTÓRICO Rodolfo Pereira, de 66 anos, foi julgado por ter ajudado a lesar Estado em 243 milhões de euros, com álcool importado ALERTA Namorada fez queixa que levou a desvendar homicídio
Oempresário de 66 anos morto em casa na Parede, Cascais, e cujo cadáver foi encontrado de mãos e pés atados, e com um saco na cabeça, já tinha estado preso num megaprocesso de contrabando de álcool e adulteração de bebidas. Rodolfo Pereira foi absolvido mas continuou no mundo dos negócios, enveredando pela intermediação de contratos com os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), em particular com Angola - de onde partiram várias queixas contra ele por burla.
Constituído arguido em 2004, pela Brigada Fiscal, Rodolfo Pereira foi um dos 258 acusados de lesarem o Estado em 243 milhões de euros. O empresário assassinado domingo foi acusado pelo Ministério Público de importar álcool de França, sem pagar impostos. Rodolfo Pereira esteve preso cerca de sete meses, na cadeia da Carregueira, Sintra, sendo depois solto. Foi absolvido em 2008. Rodolfo Pereira tornou-se membro da Associação Portuguesa de Apoio ao Recluso. Ganhava avida, atualmen te, como empresário. Mudou-se para a rua Sampaio Bruno, na Parede, Cascais, há cerca de um ano mas não criou relações com os vizinhos. A namorada seria a única pessoa que o visitava. E foi esta quem alertou as autoridades e levou à descoberta do crime. Estranhou não conseguir falar com ele há vários dias. Rodolfo Pereira esteve sem atender o telefone pelo menos 4 dias. Quando os bombeiros e a PSP entraram em casa, viram o empresário morto. Além de atado, tinha o pescoço enrolado com um cabo elétrico e um saco na cabeça para não deixar cair o sangue que tinha na cara.
A autópsia ao corpo do empresário irá determinar as causas da morte, para depois levar os inspetores da secção de homicídios da PJ de Lisboa a tentar reconstruir os últimos passos de Rodolfo Pereira. •
HOMEM PASSOU 7 MESES NA CADEIA. HÁ QUEIXAS DE BURLAS EM ANGOLA