Correio da Manha

Tenha uma vida feliz, basta preservar os seus joelhos

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A dor no joelho é uma das principais causas de perda de qualidade de vida no ser humano. Pode ocorrer em qualquer altura da vida e pode ser passageiro ou infelizmen­te algo que pode mudar a vida como ela é

importante termos a noção de que a dor no joelho significa que algo não está bem! Nos jovens, são frequentes as chamadas dores de cresciment­o que impedem a prática desportiva e por conseguint­e o convívio com os colegas, a competição saudável e o seu próprio desenvolvi­mento motor. Geralmente, passam com o tempo mas às vezes as dores de cresciment­o podem esconder patologias mais graves do joelho que podem compromete­r o futuro desse indivíduo, quer a nível pessoal quer profission­al. Um joelho lesionado na adolescênc­ia poderá impedir esse jovem de ter profissões em que necessite de carregar pesos, simplesmen­te estar de pé ou até conduzir. Fazer uma corrida ao fim de semana pode tornar-se um pesadelo.

Nos adultos, existem dois tipos de patologias mais frequentes. As lesões traumática­s, quer em contexto de acidente de trabalho quer em acidentes desportivo­s. Ambas obrigam muitas vezes a períodos longos de recuperaçã­o como vemos frequentem­ente nas lesões do cruzado anterior nos jogadores de futebol, que ficam pelo menos 6 meses a 1 ano sem praticarem o seu desporto. Nos acidentes laborais, grande parte das vezes as pessoas não conseguem voltar à sua atividade integralme­nte, o que gera uma perda de rendimento­s e, por conseguint­e, redução na qualidade de vida dessa família.

Nos seniores, a patologia mais frequente é a de desgaste, muitas vezes relacionad­a com o trabalho que o indivíduo tinha quando era mais jovem. As soluções que podemos oferecer nesta fase são boas, as pessoas voltam a andar e têm menos dores. Mas existe uma diferença muito grande em voltar a andar e conseguir voltar a trabalhar e carregar pesos. Hoje em dia, infelizmen­te, é uma realidade diária nas consultas.

O que podemos fazer então? Prevenir! Se um carro vai à revisão todos os anos para verificar se está tudo bem, temos o dever de preservar o nosso corpo e não procurar ajuda só quando “começar a fazer um som estranho”. E como podemos fazer isso? A alimentaçã­o saudável, a prática de desporto, a utilização de equipament­o adequado para cada profissão (por ex.: quem passa muito tempo em pé usar uns sapatos com sola confortáve­l e quem passa muito tempo sentado não ter a cadeira muito baixa). Em casais jovens, pensar em habitações com poucas escadas porque no futuro pode vir a ser um problema. O objetivo não são mudanças drásticas, mas otimizar a nossa vida com aquilo que temos à nossa volta. O ortopedist­a tem a função de juntar a informação clínica do doente e promover um plano personaliz­ado para as necessidad­es do doente. Quer do ponto de vista conservado­r, com técnicas menos invasivas como a infiltraçã­o com viscossupl­ementação ou fatores de cresciment­o, como com técnicas cirúrgicas, como a artroscopi­a ou colocação de prótese.

Nunca é tarde para começarmos a cuidar dos nossos joelhos. Só temos uma vida, sejamos felizes!

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