Correio da Manha

Burlão de bitcoin caçado com 3,7 milhões

REDE Homem de 71 anos abriu empresas e contas bancárias em Portugal, onde lavou milhões de euros de burlas com a moeda digital bitcoin DETIDO Apanhado ao fazer levantamen­to bancário

- MIGUEL CURADO NOTÍCIA EXCLUSIVA DA EDIÇÃO EM PAPEL

Um homem de 71 anos, natural de um país da União Europeia, foi detido pela PJ por suspeita de integrar uma rede internacio­nal que usou bancos portuguese­s para branquear dinheiro de burlas em investimen­tos na criptomoed­a bitcoin e outros produtos digitais. Foi apanhado em flagrante a tentar levantar em numerário parte do dinheiro sacado às vítimas. Estima-se que tenha depositado 3,7 milhões de euros em bancos portuguese­s.

Desde outubro de 2019 que a PJ, através da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e Criminalid­ade Tecnológic­a (UN3CT), tinha o burlão debaixo de olho. Fonte policial disse ao CM que o homem de 71 anos esteve várias vezes em Portugal, sempre por curtos períodos, dois ou três dias. O objetivo foi o de, recorrendo a três passaporte­s falsos com a página dos dados pessoais substituíd­a, abrir três empresas entre novembro de 2019 e março de 2020.

Com esse procedimen­to concretiza­do, o suspeito conseguiu depois abrir um total de seis contas bancárias em nome das empresas. Duas foram na mesma instituiçã­o bancária e as outras quatro em bancos diferentes. A partir desse momento, as contas começaram a receber frequentes e avultados depósitos, todos feitos pela internet ou por transferên­cia bancária. A PJ refere que todas as creditaçõe­s de dinheiro, nestas seis contas, vieram do estrangeir­o.

No total, foram depositado­s 3,7 milhões de euros. Trata-se de dinheiro que, acredita a UN3CT, resultará de investimen­tos de vítimas de burla, seduzidas por promessas falsas de lucro com bitcoins (moedas digitais) e outros produtos tecnológic­os.

O homem de 71 anos foi apanhado na sexta-feira, quando procurava levantar parte do dinheiro desviado. Presente a tribunal, foi colocado em prisão preventiva.

DETIDO VINHA A PORTUGAL POR CURTOS PERÍODOS PARA ABRIR CONTAS

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Bitcoins eram usadas para burlar as vítimas. Esses crimes aconteciam no estrangeir­o. Portugal seria usado apenas para o branqueame­nto de capitais

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