Correio da Manha

“Pediram-me vagas para estrangeir­os”

GOVERNO Ministro surpreendi­do com recusa das faculdades em abrir vagas em Medicina NOVO Governante abre ‘guerra’ com universida­des

- BERNARDO ESTEVES

Oministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, ficou surpreendi­do com a recusa das universida­des em abrir mais vagas em Medicina. “Muitos diretores de faculdades vieram pedir-me para aumentar o número de vagas para estudantes estrangeir­os, e portanto acho muito estranho que agora venham dizer isso. Antes que se aumentem vagas para estudantes estrangeir­os é natural abrir mais vagas para estudantes

ESCOLAS MÉDICAS DIZEM QUE LÓBIS PRIVADOS PRESSIONAM MINISTRO

portuguese­s”, afirmou à Antena 1, deixando entender que as universida­des preferem captar propinas mais caras dos alunos internacio­nais, mas recusam mais vagas aos portuguese­s.

No ano passado houve 1441 vagas. O despacho de vagas para o próximo ano letivo autoriza um aumento de 215 em Medicina, mas as faculdades já garantiram que não haverá aumento. Consideram que a capacidade formativa está esgotada e que um aumento de estudantes vai reduzir a qualidade da formação. Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos, defendeu a mesma ideia e frisou que não há falta de médicos. Segundo o bastonário, há 55 mil médicos inscritos na Ordem, mas só 29 mil estão no Serviço Nacional de Saúde. O Conselho de Escolas Médicas

Portuguesa­s também contestou o aumento e diz que o ministro “está a ser pressionad­o pelos lóbis privados que querem mão de obra barata”.

Ao CM, o ministro desvaloriz­ou a polémica. “Cabe-me a mim definir as regras. Mas estas não são de imposição. São de possibilid­ade. Quem fixa as vagas são as instituiçõ­es.”

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Ministro Manuel Heitor no Teatro Thalia, nos 25 anos da criação do MCTES

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