MORTALIDADE DISPARA COM FALTA DE CONSULTAS E CALOR
CONCURSOS ATRASAM COLOCAÇÃO DE MÉDICOS SNS CHAMA REFORMADOS E ESQUECE JOVENS
AFederação Nacional dos Médicos (FNAM) e o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) criticam o atraso na abertura dos concursos para recém-especialistas hospitalares e na categoria de Medicina Geral e Familiar, em plena crise sanitária e numa altura em que o Serviço Nacional de Saúde precisa de reforçar meios humanos e de preparar-se para um inverno em contexto de pandemia.
De acordo com a legislação em vigor, os concursos devem ser abertos 30 dias após a homologação das notas dos exames de
JOVENS ESPECIALISTAS EXERCEM FUNÇÕES COM REMUNERAÇÃO INFERIOR
especialidade. Este ano, as notas dos 396 recém-especialistas de Medicina Geral e Familiar estão homologadas desde 16 de junho, enquanto as notas do exame da especialidade de 825 médicos hospitalares, concluídos há mais de um mês, continuam por homologar. “Uma enorme falta de respeito pelos jovens médicos, apesar do esforço que têm feito na linha da frente”, diz a FNAM. Muitos destes jovens especialistas continuam a desempenhar funções mas são pagos de acordo com o regime de internato, ao invés da categoria correspondente.
Roque da Cunha, do SIM, lamenta a “insistência do Governo em optar por contratar ou manter nos quadros médicos reformados” em vez de contratar novos especialistas. Por seu turno, o Ministério da Saúde diz que continua carenciado em algumas especialidades, mas o recurso a médicos aposentados “não retira o lugar a recém-especialistas”, salientando que “estes contratos são celebrados a termo resolutivo certo”.