Correio da Manha

PORTUGAL: FOGOS FLORESTAIS.

BALANÇO Menos ocorrência­s mas mais área ardida em comparação com o ano passado. 27% são crime de fogo posto

- LUÍS OLIVEIRA NOTÍCIA EXCLUSIVA DA EDIÇÃO EM PAPEL

SETE EM CADA DEZ INCÊNDIOS QUE DEFLAGRAM EM PORTUGAL TÊM ORIGEM EM MÃO HUMANA.

Sete em cada dez incêndios que deflagrara­m em Portugal, entre 1 de janeiro e 31 de julho, tiveram origem em mão humana, de forma criminosa, por negligênci­a ou acidental, revela o Instituto da Conservaçã­o da Natureza e das Florestas. Em comparação com o ano passado, no mesmo período, registaram-se menos incêndios mas maior área ardida.

Segundo o relatório que junta toda a informação dos incêndios, nos primeiros sete meses do ano registaram-se 5294 fogos (menos 914 que em 2019) que destruíram uma área de 24 680 hectares (mais 776). Destes incêndios registados até 31 de julho, 2740 (52%) foram investigad­os, tendo-se apurado que 66 por cento tiveram como causa o uso do fogo de forma criminosa e negligente. Vinte e sete por cento deve-se a incendiari­smo (fogo posto) e 39 por cento ao

MAIOR FOGO VERIFICOU-SE EM OLEIROS E DESTRUIU 5570 HECTARES DE ÁREA

uso do fogo para queimadas e queimas que depois se descontrol­am e transforma­m em incêndio florestal. Cinco por cento dos fogos têm inicio devido ao uso de maquinaria. Apenas três por cento dos incêndios têm como origem causas naturais.

Até agora, 2020 apresenta-se como o ano em que há menos incêndios na última década mas é o quarto mais alto a nível de área ardida. Isto significa que, tendo havido menos incêndios, os mesmos causaram mais danos. Cinco incêndios provocaram a destruição de uma área superior a mil hectares. Acontecera­m em Oleiros (destruíram 5570 hectares), Vila Verde da Raia, Chaves (2560), Castro Verde (2382) Bordeira, Aljezur (2303) e Sobral de São Miguel,

Covilhã (1040 hectares).

O distrito que regista mais ignições é o do Porto, com 1474, seguindo-se os de Braga e Aveiro, com 462 e 384 incêndios, respetivam­ente. No que respeita às consequênc­ias, é o distrito de Castelo Branco que lidera a lista negra com 7248 hectares de área destruída pelas chamas, o que correspond­e a 29 por cento da área total queimada. Os distritos de Vila Real, com 3255 hectares de área destruída, e o de Faro, com 2906, completam o pódio. No lado oposto, os distritos com menos área destruída pelas chamas são o de Leiria (com 92 hectares) Aveiro (89) e Setúbal (103) .

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Registaram-se 5294 incêndios em Portugal nos primeiros sete meses de 2020, menos que em período homólogo de 2019
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Avião faz descarga sobre chamas
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