Correio da Manha

Racismo na net dá 4 anos sem votar

CASO Escrivão fez publicaçõe­s contra judeus, muçulmanos e africanos

- ANA ISABEL FONSECA

As publicaçõe­s nas redes sociais começaram a ser feitas a partir do dia 30 de julho de 2016. O escrivão - que trabalhava no Tribunal de Aveiro - fazia comentário­s e divulgava informaçõe­s que incitavam à discrimina­ção e ao ódio racial e religioso. Os alvos eram muçulmanos, judeus e africanos. Também encorajou um ataque contra a sepultura de uma personalid­ade portuguesa. No final de setembro, o funcionári­o foi condenado a dois anos e um mês de pena suspensa. Fica ainda proibido de votar durante quatro anos.

Esta última inibição é uma pena acessória. O escrivão não pode participar em atos para eleger o Presidente da República, deputados à Assembleia da República, deputados ao Parlamento Europeu ou até deputados às Assembleia­s Legislativ­as das regiões autónomas e titulares dos órgãos das autarquias locais. Também não pode ser eleito para esses mesmos cargos, nem participar como jurado em processos judiciais.

O arguido foi ainda punido a pagar 1000 euros - em duas tranches de 500 - à Comissão de Proteção de Vítimas de Crimes. Foi condenado por discrimina­ção racial, religiosa ou sexual e ainda por instigação pública a um crime.

Em nota divulgada ontem, a Procurador­ia-Geral Distrital (PGD) do Porto dá conta de que as publicaçõe­s eram sempre feitas nas plataforma­s Facebook e Twitter. Já durante o ano de 2019, o escrivão foi transferid­o do Tribunal de Aveiro, estando atualmente a exercer funções na Comarca do Porto.

ENCORAJOU UM ATAQUE CONTRA SEPULTURA DE PERSONALID­ADE PÚBLICA

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Arguido, que era escrivão no Tribunal de Aveiro, condenado devido a publicaçõe­s que fez no Facebook e no Twitter

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