Correio da Manha

Festim europeu

- MASSA CRÍTICA André Veríssimo

Opassado diz-nos que o risco de a “bazuca” de dinheiro europeu acabar num fartar vilanagem é real. E a perceção desse risco cresceu na última semana com as regras menos exigentes sobre contrataçã­o pública que o PS quer aprovar no Parlamento, criticadas pelo Tribunal de Contas (TC), e a substituiç­ão do presidente deste. O incómodo Vítor Caldeira sai para dar lugar a José Tavares, referido no inquérito às PPP como tendo desempenha­do um papel facilitado­r da viabilizaç­ão dos contratos rodoviário­s no tempo de Sócrates, Mário Lino e Paulo Campos.

Será este regresso ao passado o princípio do futuro

SERÁ O REGRESSO

AO PASSADO O PRINCÍPIO DO FUTURO SAQUE?

saque? A mancha no currículo de José Tavares está lá e as suspeitas são legítimas, mas, para já, não passam disso. O próprio diz que pugnará por um TC “independen­te, imparcial e isento”. Convém assinalar que as deliberaçõ­es dos juízes são tomadas por maioria.

Mas se o País não pode tolerar que o dinheiro para a recuperaçã­o económica caia nos bolsos de corruptos, também não se pode dar ao luxo que ele se perca nos labirintos da burocracia e dos vistos processuai­s. Este aspeto tem sido desvaloriz­ado na discussão, mas não se resolve tirando poder fiscalizad­or ao TC, mas dando-lhe mais meios e garantindo a máxima informação e transparên­cia nos contratos.

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