Festim europeu
Opassado diz-nos que o risco de a “bazuca” de dinheiro europeu acabar num fartar vilanagem é real. E a perceção desse risco cresceu na última semana com as regras menos exigentes sobre contratação pública que o PS quer aprovar no Parlamento, criticadas pelo Tribunal de Contas (TC), e a substituição do presidente deste. O incómodo Vítor Caldeira sai para dar lugar a José Tavares, referido no inquérito às PPP como tendo desempenhado um papel facilitador da viabilização dos contratos rodoviários no tempo de Sócrates, Mário Lino e Paulo Campos.
Será este regresso ao passado o princípio do futuro
SERÁ O REGRESSO
AO PASSADO O PRINCÍPIO DO FUTURO SAQUE?
saque? A mancha no currículo de José Tavares está lá e as suspeitas são legítimas, mas, para já, não passam disso. O próprio diz que pugnará por um TC “independente, imparcial e isento”. Convém assinalar que as deliberações dos juízes são tomadas por maioria.
Mas se o País não pode tolerar que o dinheiro para a recuperação económica caia nos bolsos de corruptos, também não se pode dar ao luxo que ele se perca nos labirintos da burocracia e dos vistos processuais. Este aspeto tem sido desvalorizado na discussão, mas não se resolve tirando poder fiscalizador ao TC, mas dando-lhe mais meios e garantindo a máxima informação e transparência nos contratos.