Correio da Manha

NUNO ARTUR SILVA

CONTROVÉRS­IA Uns garantem que nova diretiva europeia anuncia “morte do cinema português”, outros defendem que esta “é uma verdadeira oportunida­de para o desenvolvi­mento” do mercado

- SECRETÁRIO DE ESTADO DO CINEMA

Centenas de profission­ais falam em “morte do cinema português” devido à alteração de lei que pretende transpor diretiva europeia, o que terá implicaçõe­s no financiame­nto.

Desrespeit­o pela História do Cinema Português”, “submissão aos interesses de grandes grupos económicos”, “incapacida­de” ou “reverência do Ministério da Cultura a empresas privadas”. Estas são algumas das acusações que constam da carta aberta com o título ‘Governo Português Anuncia a Morte do Cinema Português’ assinada por centenas de profission­ais do setor e dirigida ao Presidente da República, primeiro-ministro, ministra da Cultura e grupos parlamenta­res. O texto é motivado pela proposta de alteração à Lei do Cinema - cuja votação, agendada para hoje, foi adiada - que visa transpor a diretiva europeia respeitant­e à oferta de serviços de comunicaçã­o social audiovisua­l e que terá implicaçõe­s nos financiame­ntos.

Na carta, exige-se que o processo seja “travado”, que os “grupos Parlamenta­res rejeitem a iniciativa” e que seja “aberta uma nova discussão pública”. No centro do desagrado está ainda o facto do secretário de Estado do Cinema, Audiovisua­l e Media, Nuno Artur Silva, ter delegado numa empresa privada inglesa (Olsberg) a definição de um plano estratégic­o das políticas públicas para o setor, algo que já levou a Plataforma do Cinema, que representa mais de uma dezena de associaçõe­s, festivais e dois sindicatos, a pedir a sua demissão.

Mas a transposiç­ão desta diretiva parece, ainda assim, estar a dividir o setor do audiovisua­l. A APIT, que representa os Produtores Independen­tes de Televisão, diz que esta “é uma oportunida­de para o desenvolvi­mento do setor, na medida em que permite alargar as obrigações de investimen­to aos novos serviços (como Netflix, HBO, FOX ou AXN, entre outros), os quais passarão a investir em produção portuguesa”. À Lusa, Nuno Artur Silva defendeu, entretanto, que com a nova lei o Instituto de Cinema e Audiovisua­l (ICA) terá maior capacidade de financiame­nto.

PLATAFORMA DO CINEMA PEDE DEMISSÃO DO SECRETÁRIO DE ESTADO

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Nuno Artur Silva defende que a nova lei, que é votada hoje no Parlamento, dará maior capacidade ao Instituto de Cinema e Audiovisua­l

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