SANTUÁRIO PASSA TESTE DAS VELAS CINCO MIL
ESPERA Joaquina e José foram dos primeiros a chegar CONTAS Quebra de 50,6% das receitas até agosto obriga Santuário a cortar nos salários AS ENTRADAS FAZEM-SE POR ORDEM DE CHEGADA. OS PEREGRINOS SÃO CONDUZIDOS PARA AS ÁREAS DE OCUPAÇÃO POR ACOLHEDORES H
Os responsáveis do Santuário tinham dito que não havia marcação prévia de lugares no recinto de oração e que o acesso seria limitado a seis mil pessoas, como aconteceu ontem, na Procissão das Velas. Mas os peregrinos sabem que têm de chegar cedo para conseguirem os melhores lugares. E foi o que fizeram Joaquina Miranda, 79 anos, e o marido, José Paiva, de 82 anos: chegaram ao recinto às nove da manhã para participar nas cerimónias da noite - um ‘ensaio geral’ para hoje, com cinco mil pessoas, que correu como esperado. “Vimos sempre de véspera, dormimos num hotel e de manhã seguimos para o recinto”, contou José Paiva ao CM, adiantando que o tempo de espera é passado sem dificuldade, “a orar”, sentados na cadeira que levaram de casa ou em pé junto às grades. O casal reside no Porto e costuma ir à peregrinação de maio. Este ano tiveram de adiar e esperaram por outubro. “Foi difícil esta espera e não estava certa que pudesse ser agora”, disse Joaquina Miranda. A presença em Fátima é para “carregar baterias, pedir pela família e por todo o Mundo”. Ao longo do dia, outros peregrinos foram ocupando o seu lugar no recinto. Nalguns casos, apenas as mochilas ficaram nos círculos marcados no alcatrão.
A peregrinação de outubro tem muitos condicionalismos e 2020 está a ser um dos anos mais difíceis de Fátima. O Santuário está “sem peregrinos, com uma diminuição drástica de trabalho e uma redução de 50,6 por cento das receitas até ao final de agosto”, diz o reitor, padre Carlos Cabecinhas, justificando assim a necessidade de “reduzir a massa salarial” e anunciando a saída de 51 funcionários.
‘ENSAIO GERAL’ CORREU COMO ESPERADO,
SEM SOBRESSALTOS
2020 ESTÁ A SER UM
DOS PIORES ANOS DO SANTUÁRIO DE FÁTIMA