Correio da Manha

Portugal falha aplicação de lei contra corrupção

RAZÕES Relatório fala em Justiça lenta e em falta de recursos e de especializ­ação CASOS Só foram abertas quatro investigaç­ões por suspeita de corrupção no comércio internacio­nal entre 2016 e 2019

- JOÃO MALTEZ

Aescassez de recursos para investigar, a falta de especializ­ação em crimes económicos ou a lentidão do sistema judicial são aspetos que contribuem para que Portugal falhe na aplicação efetiva da lei contra crimes de corrupção no comércio internacio­nal, aponta o relatório Exporting Corruption de 2020, agora tornado público pela Transparên­cia Internacio­nal.

De acordo com o relatório, divulgado em Portugal pela associação Transparên­cia e Integridad­e, no período entre 2016 a 2019, foram abertos pelo Ministério Público quatro investigaç­ões relativas a suspeitas de corrupção no âmbito do comércio

SUSPEITA DE CORRUPÇÃO SOBRE ESTRANGEIR­OS SÓ ORIGINOU UM PROCESSO

internacio­nal. Nos mesmos quatro anos, foi dado início a um só processo, sendo nenhum caso com aplicação de pena foi dado como concluído.

No Exporting Corruption, onde é feita a análise a 47 países, Portugal surge entre os que fazem uma ‘aplicação moderada’ da lei que penaliza quem pague subornos a agentes públicos no estrangeir­o. Mantém, assim, a classifica­ção do último relatório, publicado em 2018.

Mais bem colocados que o nosso país no combate a este tipo de crime estão os Estados Unidos, Reino Unido, Suíça e Israel. Em sentido oposto, os que menos aplicam a lei contra a corrupção no comércio internacio­nal são países como a China, Japão, Holanda, Coreia do Sul, Hong Kong, Canadá, Índia e México.

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Falta de celeridade no sistema de Justiça é vista como um entrave à aplicação efetiva da legislação anticorrup­ção

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