Correio da Manha

ESTADO GASTA 11 5 MILHOES POR HORA

DESPESA pública ultrapassa os 100 mil milhões € em 2021 CORTES no IVA da luz e retenção do IRS valem 8,6 € por mês

- ANTÓNIO SÉRGIO AZENHA/DIANA RAMOS

Adespesa pública vai atingir, no próximo ano, os 100 755 milhões de euros. É o valor mais alto de sempre: por hora, os gastos do Estado vão custar aos portuguese­s 11,5 milhões de euros. Em 2021, a receita total deverá ascender a 91 623 milhões de euros – um aumento de 8,5% – com a receita fiscal a crescer 2839 milhões de euros.

O cresciment­o acentuado da despesa pública é uma consequênc­ia direta da pandemia de Covid-19: em 2020 e 2021, o novo coronavíru­s é responsáve­l pelo aumento dos encargos do Estado em 8216 milhões. Os principais encargos concentram-se em dois indicadore­s: prestações sociais, no valor de 41 952 milhões de euros, e despesas com pessoal, no montante de 24 609 milhões de euros. Em conjunto, prestações sociais e custos com pessoal representa­m 66% da despesa pública total.

O Governo sublinha que o cresciment­o das prestações sociais tem em vista “salvaguard­ar o rendimento das famílias que mais sofreram com o impacto da pandemia”. E frisa também que o aumento das despesas com pessoal “garante a continuida­de da política de promoções e progressõe­s dos funcionári­os públicos.” Além disso, em 2021, cerca de 100 mil funcionári­os públicos serão abrangidos pelo aumento do salário mínimo no Estado.

O Executivo prevê que a recuperaçã­o económica contribua para um aumento importante da receita fiscal: se a receita cair 5 0 1 1 mi l h õ e s d e e u r o s , e m 2020, no próximo ano crescerá 2839 milhões de euros .

A análise da evolução da despesa pública mostra que entre 2008, quando rebentou a crise financeira que gerou a crise das dívidas soberanas, e 2021, ano de crise da pandemia de Covid-19, os gastos do Estado cresceram cerca de 30% (ver gráfico ao lado).

PRESTAÇÕES SOCIAIS E GASTOS COM PESSOAL PESAM 66% NA DESPESA

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Equipa do Ministério das Finanças apresentou ontem as principais linhas da proposta de Orçamento do Estado. João Leão não especula sobre chumbo

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