Abstenção do PAN ajuda a salvar Orçamento de Leão
NÚMEROS PCP, Verdes e PAN dão a mão ao Governo, viabilizando assim a negociação
Seguindo os Verdes o mesmo caminho já anunciado pelo PCP – são eleitos nas mesmas listas para a Assembleia da República – na votação na generalidade do Orçamento do Estado (OE) para 2021, o anúncio da abstenção do PAN dá fôlego ao Governo para a discussão do documento na especialidade. Uma viabilização que retira peso ao chumbo anunciado pelo Bloco de Esquerda.
Ainda nada é garantido, mas o Executivo parte para a discussão, amanhã e quarta-feira, sem o peso de um chumbo no t i r o d e p a r t i d a . Os V e r d e s anunciam a posição, oficialmente, amanhã, mas esta não deverá trazer surpresas.
Ontem, a líder parlamentar do PAN explicou que “fica aberta a porta para trabalhar”, considerando que “há espaços para avanços na especialidade”. Inês de Sousa Real destacou como pontos positivos “a subida do valor mínimo do subsídio de desemprego acima do limiar de pobreza, a criação do novo apoio social e a proibição de despedimentos das empresas que recebam apoios públicos, a não transferência de valores para o Novo Banco e uma estratégia para a ferrovia”, mas recordou que há “linhas vermelhas”. Contudo, frisou também que “o OE para 2021 tem de ser capaz de dar resposta à crise sanitária, social e económica”, sem que “ninguém fique esquecido”.
A deputada Joacine Katar Moreia disse entretanto que não inviabilizará um orçamento de esquerda, estando dividida entre a abstenção e o voto a favor.
Pelo contrário, e sem surpresas, a líder do BE anunciou a decisão unânime da mesa nacional: o voto contra. “O Bloco não encerrou nenhum processo negocial, mas há um momento em que a direção é chamada a fazer um ponto da situação”, explicou Catarina Martins, sublinhando os pontos de cisão: o reforço de meios para o SNS, o recuo do Go
JOACINE GARANTE QUE NÃO TRAVA APROVAÇÃO DESTE ORÇAMENTO
VERDES ANUNCIAM VOTO AMANHÃ, MAS NÃO DEVEM IR CONTRA LINHA DO PCP
verno na nova prestação social, a recusa em negociar questões laborais e o Novo Banco. Ainda assim, não fechou a porta à negociação na especialidade, dando conta que será feita “sem tabus”. “Não decidiremos um voto contra sem ponderarmos bem as possibilidades de negociação.”