Correio da Manha

GNR agride a mulher com filho bebé ao colo

JUSTIÇA Agressor, de 44 anos, vai ser julgado por violência doméstica TRABALHO Militar mantém-se ao serviço no Comando Territoria­l de Leiria, mas não pode “deter e usar armas de fogo”

- ISABEL JORDÃO

Um guarda principal da GNR, de 44 anos, começa amanhã a ser julgado no Tribunal de Leiria, por ter perseguido, ameaçado e agredido várias vezes a companheir­a, de 39, mesmo quando ela segurava ao colo o filho bebé de ambos. O militar está acusado de um crime de violência doméstica. Mantém-se ao serviço, no Comando Territoria­l de Leiria, mas está proibido de “deter e usar armas de fogo”.

Arguido e vítima viveram como marido e mulher durante um ano, em Leiria, e dessa relação nasceu um menino. No dia em que o bebé saiu da maternidad­e, o militar “começou a implicar e discutir” com a companheir­a, “porque o filho chorava muito e ela não sabia a razão”. As discussões eram seguidas de insultos e agressões, com o militar a agarrar os braços da vítima, “abanando-a e provocando-lhe dores”. Alguns desses episódios, que estão relatados na acusação do Ministério Público, acontecera­m ainda durante a gravidez.

O episódio mais grave ocorreu quando o bebé tinha um mês e estava ao colo da mãe, que foi atingida com “uma pancada de mão aberta na cabeça”. Quando se sentou no sofá, o agressor “agarrou-a pelos braços, com força e abanou-a” com grande violência. A vítima saiu de casa com o filho e denunciou os ataques às autoridade­s, mas não se livrou do agressor, que a perseguia e enviava mensagens para o seu telemóvel.

O Ministério Público de Leiria, que liderou o inquérito e deduziu acusação contra o militar da GNR, não tem dúvidas de que “o arguido, ao atuar da forma e nas situações descritas, agiu com o propósito de maltratar física e psicologic­amente a sua companheir­a, inclusive na residência comum e perante o filho menor, dessa forma violando os deveres de respeito e solidaried­ade que sabia lhe incumbirem como seu companheir­o, querendo e sabendo agir da forma porque o fez”.

MAUS-TRATOS FÍSICOS E PSICOLÓGIC­OS TIVERAM INÍCIO AINDA NA GRAVIDEZ

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Ví t i ma, de 39 anos, saiu de casa e fez queixa do companheir­o às autoridade­s após este a ter atacado quando tinha o filho bebé, de apenas um mês, ao colo

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