POUPANÇAS.
Dados disponíveis até agosto confirmam queda, invertendo tendência dos últimos anos França, país com forte presença de emigrantes, representa a maior redução nas remessas
EMIGRANTES PORTUGUESES ENVIARAM PARA O PAÍS, DE JANEIRO ATÉ AGOSTO, 2330 MILHÕES DE EUROS.
Os emigrantes portugueses enviaram para o País, de janeiro até agosto, 2330 milhões de euros. Em ano de pandemia, o total de remessas encolheu 44 milhões, mostram dados do Banco de Portugal.
A análise aos números permite concluir um impacto direto da pandemia, já que em janeiro se verificava uma tendência de subida face ao mesmo mês de 2019. A partir de fevereiro, com a escalada de casos noutros países europeus, os balanços passam a ser negativos. Ao longo dos últimos anos, as poupanças enviadas pelos portugueses no estrangeiro vinham aumentando. Os valores mais baixos de remessas foram registados nos meses de confinamento, entre março e
2330 MILHÕES DE EUROS FORAM ENVIADOS PARA PORTUGAL ATÉ AGOSTO
maio, não ultrapassando os 271 milhões. Contudo, importa referir que estes meses já eram os que apresentavam os totais mais baixos antes da pandemia.
A quebra de rendimentos causada pela Covid-19 deixou os emigrantes portugueses com menos margem para poupar. Julho prova esta dinâmica, sendo simultaneamente o mês com o valor mais elevado (345 milhões) e com a maior descida (26 milhões) face a 2019. Assim, o subsídio de férias que era habitualmente enviado para Portugal terá sido reduzido, para compensar meses de maior aperto.
França, o país de onde os emigrantes mais enviam dinheiro para Portugal, é também aquele onde se nota a maior quebra: foram transferidos 681 milhões, menos 42 milhões do que um ano antes. O mesmo cenário dá-se na Alemanha, de onde chegaram menos 27 milhões.
A equilibrar os pratos desta balança estiveram países como Angola (ver caixa) ou Suíça. Os portugueses a trabalhar neste último país destinaram 685 milhões de euros à terra natal, ou seja, mais 34 milhões do que nos primeiros oito meses de 2019.