“Nem sequer temos reformas asseguradas”
REGRESSO DESABAFO Cantor volta aos palcos dia 6 de novembro, no Porto, e no dia seguinte, em Lisboa “Espero que os responsáveis da Cultura façam um ato de contrição”, diz o músico
Nove meses depois de ter ensaiado com a sua banda pela última vez, Paulo Gonzo voltou a reunir-se em estúdio com os seus músicos. O pretexto são dois grandes espetáculos que aí vêm, dia 6 de novembro no Super Bock Arena, no Porto, e dia 7 no Campo Pequeno, em Lisboa, ambos integrados no Festival Santa Casa Portugal ao Vivo.
O cantor é a imagem de um setor que só há pouco tempo teve autorização para voltar ao trabalho e com todas as restrições conhecidas. “O meu último
NOVO DISCO ‘ESSENCIAL’ REÚNE 17 SUCESSOS E DOIS TEMAS INÉDITOS
concerto tinha sido em fevereiro, em Vila do Conde. De lá para cá fiz apenas um evento privado em Almeirim”, desabafa Paulo Gonzo, que encara este regresso quase como “uma primeira vez”. E acrescenta: “Ficámos sem chão. Cancelei muitos concertos. Já nem sei quantos.” A cultura tem sido fortemente fustigada e o cantor não poupa críticas a quem dirige os destino do setor. “Espero que aproveitem a oportunidade para fazerem um ato de contrição”, diz, lamentando tantos milhares de profissionais que vivem desamparados. “Nem sequer temos reformas asseguradas”, dispara.
O regresso aos palcos tem agora como pretexto o novo trabalho, ‘Essencial’, um álbum de carreira que reúne 17 sucessos e dois temas inéditos, ‘Está Tudo Bem’ e ‘Quem Foi’. As canções foram escritas antes da pandemia, mas podiam perfeitamente ter sido feitas em quarentena. “Quem foi que deu/aos meus dias/um nó tão apertado (...) Onde ficou o tempo/que já não tinha para gastar”, canta.