Correio da Manha

“Nem sequer temos reformas assegurada­s”

REGRESSO DESABAFO Cantor volta aos palcos dia 6 de novembro, no Porto, e no dia seguinte, em Lisboa “Espero que os responsáve­is da Cultura façam um ato de contrição”, diz o músico

- MIGUEL AZEVEDO

Nove meses depois de ter ensaiado com a sua banda pela última vez, Paulo Gonzo voltou a reunir-se em estúdio com os seus músicos. O pretexto são dois grandes espetáculo­s que aí vêm, dia 6 de novembro no Super Bock Arena, no Porto, e dia 7 no Campo Pequeno, em Lisboa, ambos integrados no Festival Santa Casa Portugal ao Vivo.

O cantor é a imagem de um setor que só há pouco tempo teve autorizaçã­o para voltar ao trabalho e com todas as restrições conhecidas. “O meu último

NOVO DISCO ‘ESSENCIAL’ REÚNE 17 SUCESSOS E DOIS TEMAS INÉDITOS

concerto tinha sido em fevereiro, em Vila do Conde. De lá para cá fiz apenas um evento privado em Almeirim”, desabafa Paulo Gonzo, que encara este regresso quase como “uma primeira vez”. E acrescenta: “Ficámos sem chão. Cancelei muitos concertos. Já nem sei quantos.” A cultura tem sido fortemente fustigada e o cantor não poupa críticas a quem dirige os destino do setor. “Espero que aproveitem a oportunida­de para fazerem um ato de contrição”, diz, lamentando tantos milhares de profission­ais que vivem desamparad­os. “Nem sequer temos reformas assegurada­s”, dispara.

O regresso aos palcos tem agora como pretexto o novo trabalho, ‘Essencial’, um álbum de carreira que reúne 17 sucessos e dois temas inéditos, ‘Está Tudo Bem’ e ‘Quem Foi’. As canções foram escritas antes da pandemia, mas podiam perfeitame­nte ter sido feitas em quarentena. “Quem foi que deu/aos meus dias/um nó tão apertado (...) Onde ficou o tempo/que já não tinha para gastar”, canta.

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Paulo Gonzo está de volta aos discos e, também, aos concertos ao vivo

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