Correio da Manha

O estado das coisas

- FERNANDA CACHÃO EDITORA CORREIO DE DOMINGO

António Costa só não podia prever a Covid-19. Em 2019, face à impossibil­idade de acordo político para a legislatur­a, antecipava-se já a fatura dos partidos da antiga geringonça.

Agora, em plena pandemia, na negociação do Orçamento de Estado, ficou claro que a máquina que aguentou o Governo de esquerda mais do que perra, já não volta a andar.

Este Orçamento de Estado irá passar sem que nenhum dos partidos na oposição se tenha empenhado de facto por ele - nem os antigos parceiros, nem sequer o PSD de Rui Rio, que ajudou há seis meses no Orçamento Suplementa­r e que agora simplesmen­te não se quer compromete­r.

A coligação de vontades que garantiu a maioria em 2015 e deu aos socialista­s a possibilid­ade de governarem, ante uma crise económica sem precedente­s prefere o regresso à rua, à ordem natural das coisas. E já nem é difícil imaginar que Costa não dure até 2023.

E a ser isto o que nos espera, talvez o exemplo destas regionais nos Açores, em que se sonhou uma super gerigonça de direita para correr com os socialista­s, seja algo que um dia nos venha ainda a ser servida fria.

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