O poder suave
Há quem diga que o mundo devia poder votar na eleição do Presidente dos EUA, tal o poder do ocupante da Casa Branca. Neste caso, com uma pandemia a seguir a uma crise económico-financeira, se calhar ainda seria mais justificado. Com todos os seus defeitos, um mundo com a marca dos valores americanos é, pelo menos para nós do ocidente, mais fácil de ler e de adaptar do que se for com valores chineses.
O que está em causa é muito o ‘soft power’ americano, aquele ‘poder suave’ que vem não das armas, mas de influenciar os outros povos com uma forma de viver com futuro. Com todos os defeitos que tem Trump, convém não esquecer que foi eleito com muitos votos (embora não com a maioria dos votos do povo, é facto), ou seja, as suas ideias vistas de lá são bem diferentes de como as percebemos vistas daqui. O ‘poder suave’ é projetado no exterior e isso Trump não o conseguiu. Se calhar nem o quis, porque abraçou aquela linha que entende que os interesses dos EUA estão dentro das suas fronteiras. Se Biden ganhar voltaremos a uma política externa mais previsível e mais consonante com a sua histórica ligação à Europa ocidental. Biden não é propriamente alguém que desate paixões ou com ideias brutalmente novas, mas está mais perto da nossa forma de pensar. Só que quem vota são os americanos...
BIDEN NÃO É PROPRIAMENTE
ALGUÉM QUE DESATE PAIXÕES