Correio da Manha

O poder suave

- MANUEL QUEIROZ JORNALISTA

Há quem diga que o mundo devia poder votar na eleição do Presidente dos EUA, tal o poder do ocupante da Casa Branca. Neste caso, com uma pandemia a seguir a uma crise económico-financeira, se calhar ainda seria mais justificad­o. Com todos os seus defeitos, um mundo com a marca dos valores americanos é, pelo menos para nós do ocidente, mais fácil de ler e de adaptar do que se for com valores chineses.

O que está em causa é muito o ‘soft power’ americano, aquele ‘poder suave’ que vem não das armas, mas de influencia­r os outros povos com uma forma de viver com futuro. Com todos os defeitos que tem Trump, convém não esquecer que foi eleito com muitos votos (embora não com a maioria dos votos do povo, é facto), ou seja, as suas ideias vistas de lá são bem diferentes de como as percebemos vistas daqui. O ‘poder suave’ é projetado no exterior e isso Trump não o conseguiu. Se calhar nem o quis, porque abraçou aquela linha que entende que os interesses dos EUA estão dentro das suas fronteiras. Se Biden ganhar voltaremos a uma política externa mais previsível e mais consonante com a sua histórica ligação à Europa ocidental. Biden não é propriamen­te alguém que desate paixões ou com ideias brutalment­e novas, mas está mais perto da nossa forma de pensar. Só que quem vota são os americanos...

BIDEN NÃO É PROPRIAMEN­TE

ALGUÉM QUE DESATE PAIXÕES

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