Correio da Manha

POLÍTICA: ORÇAMENTO.

SOLUÇÃO Basta comprar 20% das ações para Estado mandar nos Correios. Governo avalia modelo idêntico à TAP OBJETIVOS Garantir serviço postal universal e viabilizaç­ão do Orçamento pelo PCP

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GOVERNO ADMITE AVANÇAR COM O CONTROLO PÚBLICO DOS CTT PARA MANTER SERVIÇO E CONTAR COM O PCP.

OGoverno admite avançar com o controlo público dos CTT para, por um lado, garantir a manutenção do serviço postal universal, cujo contrato de concessão termina no fim do ano, e, por outro, assegurar a viabilizaç­ão do Orçamento do Estado (OE) de 2021 pelo PCP, que defende a nacionaliz­ação dos Correios, apurou o CM junto de fontes ligadas ao processo. “É como matar dois coelhos de uma só cajadada”, afirmou ao CM a mesma fonte.

O modelo a adotar será idêntico ao da TAP. O Governo pondera adquirir o capital suficiente, através da empresa estatal Parpública, para ficar com a gestão dos CTT sem nacionaliz­ar a companhia a 100%. Segundo a mesma fonte, basta o Estado adquirir 20% da empresa para se tornar acionista maioritári­o, posição detida neste momento pelo grupo Champalima­ud que tem 13,12% das ações. Esta não é a solução preferida do PCP que, depois de ver chumbado um projeto de lei pela nacionaliz­ação dos Correios, entregou uma proposta de alteração ao OE pela “reversão total da privatizaç­ão dos CTT” em 2013, durante o Governo PSD/CDS de Passos Coelho, explicou ao CM o deputado do PCP Bruno Dias. O parlamenta­r salvaguard­a, porém, que “não tem de haver um caminho único” para garantir o controlo estatal dos Correios.

Para já, o Executivo prepara-se para prolongar a concessão do serviço postal aos CTT para além do fim do ano, que é quando termina o contrato, e “lançar o próximo concurso durante o ano de 2021”, esclareceu ao CM fonte oficial da secretaria de Estado das Comunicaçõ­es. Mas a administra­ção do operador já avisou que só concorre se o Governo aligeirar os critério de qualidade, alargando por exemplo o prazo para entrega de correspond­ência, ou se permitir aumentar os preços a cobrar aos clientes. Só que o Executivo não está disposto a ceder a chantanges. O concurso arrisca-se, por isso, a ficar deserto, visto que os CTT são a única empresa capaz de assegurar a entrega de correio a todo o País a preços acessíveis e cumprindo os indicadore­s de qualidade. É neste cenário que o Governo pondera avançar com o controlo público dos CTT.

CONCURSO SÓ EM 2021 APESAR DE CONCESSÃO TERMINAR NO FIM DO ANO

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Governo pretende, para já, promover o prolongame­nto do contrato de concessão do serviço postal aos CTT

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