Correio da Manha

Número de precários sobe com a pandemia

BALANÇO mil pessoas tinham contratos temporário­s ou a tempo parcial no terceiro trimestre DESEMPREGO Fim de “trabalho não permanente” justifica 54% dos novos pedidos de emprego

- WILSON LEDO

Havia 651 mil portuguese­s com contrato temporário ou a tempo parcial no terceiro trimestre deste ano. O número significa uma subida face aos 640 mil registados nos três meses anteriores, mostram dados compilados pelo Eurostat.

O resultado entre julho e setembro, apesar de ficar abaixo do mesmo período de 2019, representa uma inversão na quebra do indicador que se verificava de uma forma sustentada desde o final de 2018. Os dados do instituto europeu de estatístic­a surgem ajustados de sazonalida­de, não refletindo uma eventual maior procura por causa dos empregos de verão.

INDICADOR INVERTEU A TENDÊNCIA DE QUEBRA REGISTADA DESDE 2018

Outra das formas de perceber o aumento da precarieda­de após a pandemia é através dos registos nos centros de emprego de Portugal continenta­l. De março a outubro, 211 563 trabalhado­res apresentar­am, junto do IEFP, o “fim de trabalho não permanente” como motivo para procurarem um novo emprego. Assim, o trabalho temporário represento­u 54% das mais de 390 mil inscrições registadas em oito meses.

“É uma combinação da incerteza da economia com a facilidade das empresas em fazerem contratos a termo”, lamenta Daniel Carapau. Ao CM, o dirigente da associação Precários Inflexívei­s explica também que tem aumentado o número de denúncias de falsos recibos verdes, que acabaram por ser dispensado­s devido à pandemia.

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I n s t i t u t o d o E mprego
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A crise pandémica tem tido reflexo dramático no emprego e mercado de trabalho. Precários vivem momento difícil

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