Biden toma posse em cenário de guerra
INCERTEZA Mais de 25 mil efetivos da Guarda Nacional reforçam segurança de um evento em manifesto contraste com a habitual transmissão de poder pacífica e ordenada num país democrático
Onovo presidente dos EUA, Joe Biden, toma hoje posse numa cerimónia em que o clima de festa foi substituído pelo medo e o público por forças militares. Mais de 25 mil guardas nacionais, soldados, polícias e agentes dos serviços secretos garantem a segurança de um evento realizado habitualmente perante dezenas de milhares de pessoas.
O perímetro de segurança alarga-se por vários km em redor do Capitólio, com ruas barradas ao trânsito e estações de metro e pontes encerradas. Para evitar um ataque interno, foram analisados os antecedentes de todos os efetivos do apa
TRUMP BOICOTA FESTA E PARTE DE WASHINGTON SEM RECEBER O SUCESSOR
rato de segurança, o que levou à exclusão de uma dezena de militares da Guarda Nacional por ligação a grupos extremistas.
Depois de a Covid forçar o cancelamento dos bailes paralelos à cerimónia, o National Mall, diante do Capitólio, onde chegou a concentrar-se um milhão de pessoas, estará despido de público, sendo o seu lugar ocupado por arame farpado e vedações. Estas medidas sem precedentes foram tomadas após ameaças de grupos envolvidos no assalto dos apoiantes de Donald Trump ao Capitólio.
A cerimónia de hoje fica também marcada pela ausência do presidente cessante. Trump será o primeiro a faltar à tomada de posse do sucessor em mais de 150 anos. O último, de apenas três que o fizeram, foi Andrew Johnson, em 1869. Trump persiste em dizer que venceu as eleições e por isso, além de boicotar a tomada de posse e deixar Washington no dia da festa, recusou receber Biden na Casa Branca, como dita a tradição.
As derradeiras horas no poder ocupou-as Trump a elaborar uma lista de perdões que só seria divulgada no fim do dia e, dizia-se, não deveria incluir o advogado pessoal e aliado Rudy Giuliani nem o seu antigo conselheiro Steve Bannon.