ESTÁ ABERTA A GUERRA ENTRE GOVERNO E ALTICE POR CAUSA DO CONTRATO QUE AMEAÇA SILENCIAR SISTEMA.
CONTRATO Altice avisa que sistema fica inoperacional no final de junho
Está aberta a guerra entre entre o Governo e a Altice por causa do contrato – ou a falta dele – que ameaça silenciar o Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP) na época crítica de incêndios. O contrato em vigor com a Altice – operadora do sistema – termina a 30 de junho e a empresa veio ontem acusar o Executivo de que não houve qualquer negociação até agora e que, se a situação não for alterada, as comunicações de emergência serão silenciadas. Os bombeiros defendem que o Governo devia procurar outro operador para esta rede. O SIRESP foi comprado por António Costa quando era ministro da Administração Interna (2006) por 485 milhões,
SIRESP CUSTA 30 MILHÕES POR ANO E É USADO POR BOMBEIROS E POLÍCIAS
mas obriga o Estado a pagar cerca de 30 milhões por ano à Altice e à Motorola.
"Mes mo q u e q u i s é s s e mos [manter o SIRESP a funcionar], numa lógica de procurarmos assegurar a proteção das pessoas, não o podemos fazer porque não temos qualquer enquadramento contratual e não podemos prestar esse serviço", afirma o presidente da Altice Portugal, Alexandre Fonseca.
“O Governo, se calhar, devia partir para outro caminho. Nenhum Governo pode ficar refém de uma empresa que, muitas vezes, fala apenas numa perspetiva comercial e não de utilizar um serviço em prol da população”, defende o presidente da Associação Nacional de Bombeiros Profissionais, Fernando Curto.
Na terça-feira, o ministro da Administração Interna garantiu no Parlamento que “apesar do final da concessão, o sistema continuará em funcionamento”. Segundo Eduardo Cabrita, está a ser feita uma “reforma profunda nos sistema de comunicação do MAI que vai integrar o SIRESP, 112 e Rede Nacional de Segurança Interna numa única entidade e que já está em processo legislativo”.