‘Rei da rádio’ morre aos 83 anos
MÚSICA Cantor que popularizou o tema ‘Porta Secreta’ nos anos 60 morreu na véspera de fazer 84 anos. Em fevereiro tinha sido internado com um AVC
AOS 14 ANOS COMEÇOU A CANTAR NAS SOCIEDADES RECREATIVAS DA CAPITAL
EM 2007 RECEBEU A MEDALHA DE MÉRITO MUNICIPAL DE LISBOA
Foi eleito ‘rei da rádio’ em 1967 (embora chegasse a dizer que preferia ser ‘príncipe’), um título que viria a repetir nos dois anos seguintes. Celebrizou canções como ‘Casaca Azul e Oiro’, ‘Amor’ e ‘Porta Secreta’. Foi ator de teatro, de cinema, figura da televisão e do Festival da Canção em 1965, 67, 69 e 74. Artur Garcia, o artista que dizia que tinha nascido para cantar e que só parava quando o público deixasse declaradamente de gostar dele, morreu esta quarta-feira, na Aldeia de Juzo, em Cascais, na véspera de completar 84 anos.
Em fevereiro passado tinha sido internado no Hospital Garcia de Orta, em Almada, em estado grave na sequência de um acidente vascular cerebral.
Artur Garcia da Silva nasceu em Lisboa, a dia 15 de abril de 1937, gravou mais de 200 discos, tendo a sua paixão pela música começado em criança. Aos 14 anos já cantava nos bailes das sociedades recreativas da cidade. Foi, no entanto, enquanto trabalhava nos Armazéns do Grandela que decidiu prestar provas na Emissora Nacional. Ainda aluno do Centro de Preparação de Art i s t a s de Rádio é e s c ol hi do pela RTP para integrar o elenco de muitos dos programas de variedades do canal.
Depois do 25 de Abril, num contexto pouco favorável para os cantores de música ligeira, afastou-se dos palcos e abriu uma loja de discos, mas regressaria para uma digressão com Amália Rodrigues pelos Estados Unidos. Em 2007, a Câmara Municipal de Lisboa distinguiu-o com a Medalha de Mérito Municipal, no seu Grau Prata, no âmbito das comemorações do Dia Mundial do Teatro.