LUÍS FILIPE VIEIRA
CASO rFilipe Vieira suspeito de ter prejudicado Benfica, Estado, Grupo Espírito Santo e Novo Banco em negócios e créditos de mais de 100 milhões de euros PRESOS r Filho de Vieira, ‘Rei dos Frangos’ e Bruno Macedo foram também detidos
Negóci o s l i g a d o s a o futebol, num valor s u p e r i o r a 1 00 mi l h õ e s d e euros, levaram ontem à detenção do líder dos encarnados, suspeito de d e s v i a r 2 , 5 mi l h õ e s e m proveito próprio.
Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica, foi ontem detido num inquérito-crime por suspeitas da prática de vários crimes em negócios ligados ao futebol de valor superior a 100 milhões de euros. Vieira passou a noite na esquadra da PSP de Moscavide, em Lisboa, a mesma onde esteve José Sócrates quando foi preso em novembro de 2014. E hoje é ouvido pelo juiz de instrução criminal Carlos Alexandre. Vieira foi detido para evitar a fuga do País, e é suspeito de ter desviado em seu proveito cerca de 2,5 milhões de euros das transferências de três jogadores do Benfica. Com esta detenção, Vieira poderá ser forçado a abandonar a presidência do Benfica.
O presidente da Luz não foi o único detido neste inquérito dirigido pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) e cuja investigação é feita pela Autoridade Tributária (AT). Foram detidas mais três pessoas: Tiago Vieira, filho do líder do Benfica, José António Santos, amigo de Vieira conhecido como ‘Rei dos Frangos’, e Bruno Macedo, agente desportivo ligado a várias transferências de jogadores do Benfica. Todos foram detidos, segundo o DCIAP, “com vista a acautelar a prova, evitar ausências de arguidos e a prevenir a consumação de atuações suspeitas em curso.”
Vieira e os restantes três arguidos são suspeitos da prática de crimes como abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento. Os crimes terão sido praticados em negócios efetuados a partir de 2014.
Neste inquérito, o DCIAP e a AT investigam negócios e financiamentos superiores a 100 milhões
de euros que poderão ter causado prejuízos a várias entidades e ao próprio Estado. Em concreto, Vieira é suspeito de ter prejudicado a Sport Lisboa e Benfica SAD, o ex-Grupo Espírito Santo (GES), o Novo Banco e o Estado.
No que diz respeito ao Benfica, Vieira é suspeito de ter desviado em proveito próprio cerca de 2,5 milhões de euros das transferências de três jogadores: Derlis González, Cláudio Correia e César Martins. Parte do dinheiro alegadamente desviado do Benfica terá sido utilizado na compra de imóveis no Algarve, Rio Maior e Loures que pertenciam a empresas do presidente do Benfica.
Vieira terá tido o apoio do filho Tiago e de Bruno Macedo em esquemas suspeitos de agenciamento e intermediação de jogadores de futebol. Nas operações de transferências de jogadores, Bruno Macedo terá colaborado com a utilização de empresas: são os casos da BM Consulting e da Yes Sports, ambas sediadas em Portugal, e da Astro Sports
Management e da Master International, com sede fora do País.
Ontem, foram feitas cerca de 45 buscas na área de Lisboa, Torres Vedras e Braga. Foram buscadas a casa e empresas de Vieira, o Novo Banco, a Capital Partners, gestora do fundo que tem os ativos de Vieira dados em garantia do pagamento da dívida ao Novo Banco, entre outros. Participaram nessas diligências 66 inspetores tributários, quatro magistrados do Ministério Público, três juízes de instrução criminal e 74 elementos da PSP.
INVESTIGAÇÃO QUER EVITAR RISCO DE FUGA DE PORTUGAL DE VIEIRA
DIRIGENTE TERÁ DESVIADO 2,5 MILHÕES DO BENFICA EM PROVEITO PRÓPRIO