MAIS TRÊS MIL BANCÁRIOS PERDEM O EMPREGO
BANCA DISPENSA TRABALHADORES
Os principais bancos têm em curso processos de despedimento ou rescisões, que poderão ditar a saída de mais cerca de três mil trabalhadores do setor, admitiram ao CM fontes bancárias. O elevado número de pessoas envolvidas, depois de anos de reduções dos quadros, levou os sete sindicatos da Banca a unirem-se e a marcarem um protesto para amanhã, junto ao Parlamento.
A saída de trabalhadores é transversal a várias instituições que operam em Portugal, mas com maior impacto nos cinco maiores bancos, que concentravam no final do ano passado 61% do total de trabalhadores do setor. Neste quadro destaca-se o Millennium BCP que já anunciou a saída de cerca de mil trabalhadores e o Santander, cuja redução está próxima dos 700 profissionais.
Trata-se de um momento “profundamente inusitado, desproporcionado e desumano” para os trabalhadores, afirma ao CM Paulo Marcos, presidente do Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários. Mostra, acrescenta, como “estes trabalhadores - que ainda há pouco se viu serem incansáveis a preparar as moratórias - agora são violentamente descartáveis”.
Paulo Marcos não tem memória de uma redução tão elevada de pessoas, em tão curto prazo de tempo e, aparentemente, coincidente, sobretudo após a saída de milhares de trabalhadores nos últimos anos. Os cinco principais bancos – Caixa Geral de Depósitos, Millennium, BPI, Santander e Novo Banco – contabilizavam o ano passado menos 3741 trabalhadores do que no final de 2016, segundo dados da Associação Portuguesa de Bancos.
A coberto da Covid os bancos estão “oportunisticamente a fazer reduções substanciais” nos q ua dr o s de pessoal, acusa ainda o dirigente sindical, recordando os lucros anunciados e recusando apontar o dedo à digitalização: “Não houve nenhuma alteração que justifique, as pessoas já usavam estes meios.”
CINCO PRINCIPAIS BANCOS CONTABILIZARAM EM 2020 MENOS 3741 FUNCIONÁRIOS