Correio da Manha

Espezinha amigo por não o deixar conduzir

CASO Vítima, de 30 anos, ficou com lesões graves e permanente­s ao nível motor e cognitivo JUSTIÇA Agressor foi condenado a 12 anos de cadeia por homicídio na forma tentada e furto

- ISABEL JORDÃO

Um homem, de 30 anos, sofreu lesões graves e permanente­s a nível motor e cognitivo, por ter sido espezinhad­o na cabeça e na cara no final de uma noite de diversão, em Évora, por um amigo de 20 anos, que ficou irritado por não poder conduzir o carro da vítima. A agressão ocorreu em dezembro de 2019 e o autor foi condenado a 12 anos de cadeia, por homicídio na forma tentada e furto, ambos qualificad­os .

O arguido recorreu da condenação para o Tribunal da Relação de Évora, alegando a nulidade do inquérito, mas a decisão foi

ARGUIDO IRRITOU-SE POR NÃO PODER CONDUZIR CARRO QUE ERA DA VÍTIMA

agora confirmada na sua totalidade. Tem ainda de indemnizar a vítima em 44 760 euros, acrescidos de juros.

A vítima, que reside em Estremoz e trabalhava como empregado de mesa num hotel, foi abandonada na rua, inanimada e a esvair-se em sangue, não se recordando de nada. Atualmente “não reconhece amigos e conhecidos, tem apenas memória de curto prazo, fala devagar, não se consegue explicar e tem um andar desengonça­do”, refere o acórdão, adiantando que “devido às suas limitações necessita de supervisão até para efetuar as tarefas diárias de higiene pessoal”.

Ficou provado em tribunal que o arguido estava “irritado por não o deixarem conduzir” e agiu “com o propósito de retirar a vida e causar grande sofrimento” à vítima, com quem passou a noite a “beber álcool e consumir drogas”. O agressor quis ainda “fazer seu o veículo” do amigo e, por isso, “retirou-lhe de um dos bolsos do casaco as chaves” da viatura, bem como o cartão multibanco, abandonand­o de seguida o local.

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