Correio da Manha

Revolução?

- Mariana Gaio Alves PRESIDENTE DO SNESUP

Oanúncio recente de uma revolução nos cursos das universida­des e politécnic­os tem gerado indignação entre os professore­s de Ensino Superior. É que estes sabem melhor do que ninguém que, desde o início da pandemia, foram necessária­s adaptações para manter em funcioname­nto os cursos, através do recurso a plataforma­s de e-learning e de videoconfe­rência. São os professore­s que vêm realizando essas adaptações com empenho e profission­alismo, mas com a consciênci­a de que são respostas de emergência à crise sanitária. Algumas dessas adaptações poderão contribuir para se repensarem e alterarem modos de ensino-aprendizag­em. Já uma

PRECONIZA-SE SUBSTITUIÇ­ÃO DE AULAS TEÓRICAS POR GRAVAÇÕES

eventual revolução requer preparação e experiment­ação por parte dos professore­s e só se pode concretiza­r com base em conhecimen­to pedagógico e profission­al.

Na revolução anunciada preconiza-se a substituiç­ão de aulas teóricas por gravações disponívei­s online e advoga-se a redução do número de horas de contacto entre professore­s e alunos. Os benefícios destas possíveis mudanças na melhoria da oferta formativa não estão evidenciad­os nos estudos que vêm sendo realizados sobre o “ensino remoto de emergência”. Também professore­s e estudantes sabem, melhor do que ninguém, que a diminuição drástica dos tempos de interação entre ambos prejudica a qualidade das aprendizag­ens.

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