Revolução?
Oanúncio recente de uma revolução nos cursos das universidades e politécnicos tem gerado indignação entre os professores de Ensino Superior. É que estes sabem melhor do que ninguém que, desde o início da pandemia, foram necessárias adaptações para manter em funcionamento os cursos, através do recurso a plataformas de e-learning e de videoconferência. São os professores que vêm realizando essas adaptações com empenho e profissionalismo, mas com a consciência de que são respostas de emergência à crise sanitária. Algumas dessas adaptações poderão contribuir para se repensarem e alterarem modos de ensino-aprendizagem. Já uma
PRECONIZA-SE SUBSTITUIÇÃO DE AULAS TEÓRICAS POR GRAVAÇÕES
eventual revolução requer preparação e experimentação por parte dos professores e só se pode concretizar com base em conhecimento pedagógico e profissional.
Na revolução anunciada preconiza-se a substituição de aulas teóricas por gravações disponíveis online e advoga-se a redução do número de horas de contacto entre professores e alunos. Os benefícios destas possíveis mudanças na melhoria da oferta formativa não estão evidenciados nos estudos que vêm sendo realizados sobre o “ensino remoto de emergência”. Também professores e estudantes sabem, melhor do que ninguém, que a diminuição drástica dos tempos de interação entre ambos prejudica a qualidade das aprendizagens.