A culpa não é dos grunhos
A culpa não é necessariamente dos grunhos que o futebol também congrega. Marcus Rashford, Jadon Sancho e Bukayo Saka, os futebolistas que falharam os penáltis durante a final, que entregou a taça europeia aos italianos e pôs a Inglaterra de luto, foram alvo de uma chusma de ataques racistas nas redes sociais. De tal modo que tanto Boris Johnson como o neto mais velho da rainha reagiram ao sucedido - já a polícia anunciara a abertura de um inquérito, que se afigura ser aos gambozinos.
Não foi por acaso que triunfou o Brexit. A percentagem de britânicos que classificam questões de imigração e raça entre as mais importantes do país passou de quase nada para quase tudo no ápice do referendo de 2016 - habilmente congeminado nos bastidores do próprio governo. Toda a campanha foi feita no sentido do ódio às instituições europeias e do repúdio à imigração, vendido pelos populistas como a fonte de todos os problemas, mesmo que as estatísticas o desmintam.
E é a reboque deste discurso, que tanto elege Boris como vilipendia Rashford, Sancho e Saka, e dá votos a populistas em todo o Mundo, que regredimos todos civilizacionalmente.