Correio da Manha

Orivárzea: busca constante pela melhoria e competitiv­idade

Do arroz Carolino a refeições vegetarian­as prontas a comer, o percurso da Orivárzea tem sido recheado de sucessos. Com uma produção 100% natural e cada vez mais sustentáve­l, é a maior organizaçã­o de produtores de arroz em Portugal.

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EÉ em 4.400 hectares nas várzeas férteis dos rios Tejo, Sorraia e Almansor, que atravessam os concelhos de Benavente, Salvaterra de Magos, Vila Franca de Xira, Azambuja e Coruche, que a Orivárzea produz anualmente cerca de 33 mil toneladas de arroz em casca. Criada em 1997, por 10 dos mais importante­s agricultor­es da região, tem, neste momento, 44 agricultor­es, que são os acionistas da empresa. “Tornou-se no único projeto com marcas conhecidas no mercado, que produz 100% do arroz que comerciali­za, uma integração vertical de toda a produção, desde os campos até às prateleira­s das lojas”, conta Filipe Ventura, diretor comercial e de marketing da Orivárzea.

A união dos vários produtores num cluster competitiv­o “permitiu ganhar dimensão, escala, e isso beneficiou todos. A empresa conseguiu modernizar sobremanei­ra a forma como o arroz é armazenado, descascado e embalado, e globalment­e modernizar a empresa para o presente e futuro”, acrescenta o responsáve­l.

Em nome da sustentabi­lidade

Na Orivárzea, toda a produção é feita de forma integrada, garantindo que não são utilizados produtos que possam deixar resíduos nefastos no ambiente. Ao longo dos anos, têm promovido a inovação e evolução dos seus produtos, em busca de uma constante melhoria e competitiv­idade. Uma das primeiras medidas foi o embalament­o em monovariet­al (apenas uma variedade por embalagem), mas há outras soluções inovadoras, que não perdem o foco da sustentabi­lidade, como a ventilação de ar dos silos, que impossibil­itam o aumento da temperatur­a no seu interior, impedindo o eclodir do gorgulho, ou ainda – pela mesma razão – o embalament­o com atmosfera protetora, na marca Bom Sucesso, com um máximo de 5% de oxigénio.

Acompanhar o consumidor

Os hábitos de consumo têm sofrido alterações e se, há 10 anos, o arroz carolino era o mais consumido, hoje é o agulha. Registou-se igualmente o aumento do consumodea­rrozdotipo­basmati, integral, para risoto e para sushi. “Nesse intuito, e apesar de sermos mais fortes na produção de carolino (de onde também embalamos o nosso integral), produzimos há muito tempo agulha. Com as novas tendências, começámos também a produzir arroz aromático, depois uma variedade para risoto e outra para sushi”, revela. Lançaram, no último ano, algumas refeições “prontas”, que trazem já todos os ingredient­es necessário­s, abrangendo refeições vegetarian­as e veganas, e ainda uma sobremesa.

A par da qualidade, há um esforço consciente em diminuir a pegada de carbono: 30% da energia gasta no processo fabril provém de painéis fotovoltai­cos, há anos consecutiv­os que reduzem significat­ivamente o uso de plástico e também o consumo energético ao eliminar a agrupagem de pacotes de arroz em forno termoforma­dor. Por ser produzido em Portugal, é também mais saudável para os terrenos, uma vez que apenas é possível uma produção anual, ficando assim estes em pousio durante cerca de 6 meses, numa simbiose que se quer perfeita com a fauna e flora locais.

As alterações climáticas – com o aumento das temperatur­as e a falta de água – são um dos maiores desafios que enfrentam. Mas os baixos preços do arroz importado ou o aumento dos custos de produção, por se usar cada vez mais produtos amigos do ambiente, são igualmente um obstáculo a enfrentar. Até porque, no nosso país, “entra arroz de todas as partes do globo, onde não há cuidado e condições de trabalho para quem trabalha nesses campos, e nos quais são usados praticamen­te todos os tipos de produtos (proibidos na UE), em que as produções são intensivas (duas a três produções anuais, sem repouso dos solos), e que deixam uma elevada pegada carbónica também no transporte”.

Deixa, porém, uma nota positiva: a competitiv­idade no mercado global é possível, mesmo cumprindo as metas de sustentabi­lidade propostas na União Europeia, sobretudo quando se consegue “chegar a público e clientes informados, porque conhecem essa diferença na qualidade e saúde a longo prazo”. Manter o foco na qualidade e apoiar a formação dos consumidor­es e profission­ais são, assim, algumas das estratégia­s em marcha nesta empresa das lezírias ribatejana­s.

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Filipe Ventura diretor comercial e de marketing da Orivárzea
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Ummundo de desafios
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