Sangue e repressão marcam protestos
VIOLÊNCIA Pelo menos um homem morreu e 150 foram detidos, desconhecendo-se o seu paradeiro ATIVISTA Youtuber cubana foi levada pela polícia quando dava entrevista em direto
Um homem, de 36 anos, morreu e centena e meia de pessoas foram detidas, desconhecendo-se o seu paradeiro, na sequência dos confrontos entre manifestantes e polícia, que começaram no domingo, na capital cubana. A internet móvel foi restabelecida, mas o acesso à aplicação WhatsApp ou às redes sociais Facebook ou Twitter, entre outras, mantinha-se ontem bloqueado, pelo terceiro dia. Uma youtuber e ativista cubana foi detida quando dava uma entrevista em direto.
PORTUGAL PEDE RESPEITO PELO DIREITO À MANIFESTAÇÃO
“Considero o governo responsável por tudo o que possa acontecer comigo. Tenho de ir, disseram-me para os acompanhar.” Dina Stars estava em casa, a dar uma entrevista para o canal espanhol Cuatro, quando foi levada pela polícia. O seu paradeiro era ontem desconhecido. A organização não governamental Human Rigths Watch diz que o número de desaparecidos ultrapassa os 150.
O bloqueio das comunicações foi a forma que o regime encontrou para travar a mobilização do povo. O ministro dos Negócios Estrangeiros cubano, Bruno Rodríguez, chegou a acusar os Estados Unidos de realizarem uma campanha no Twitter, através da palavra-chave #SOSCuba, para incitar a agitação social na ilha.
O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, também se pronunciou e exortou ao respeito pelo direito à manifestação em Cuba e voltou a pedir o fim das sanções norte-americanas.
Na zona onde domingo milhares de cubanos desfilaram aos gritos de ‘Liberdade’, estavam ontem estacionados veículos da polícia.