MARQUISE M COM PISCINA AMEAÇA AM CASA DE PATRÍCIO
QUEIXAS Moradores alertam para sobrecarga e danos na estrutura do prédio. Temem catástrofe NOVO Peritagem conclui que construção ilegal no topo do edifício pode provocar colapso sem aviso
Construções ilegais no topo de um edifício na avenida Adelino Amaro da Costa, e m L e i r i a , n o meada ment e marquises e piscinas construídas por residentes sem licenciamento municipal, estão a causar preocupações sérias aos moradores, que temem que o prédio não resista ao peso extra.
Um dos casos mais gritantes é o de uma piscina com seis metros de comprimento e três de largura, cujo somatório entre a estrutura e a água necessária ronda as 50 toneladas, instalada no telhado, contra a parede de uma das casas do guarda-redes Rui Patrício no edifício.
“A casa dele está encostadíssima à piscina”, explicou ao CM Manuel Pereira, residente no prédio desde a sua inauguração, há onze anos. “Caso haja uma rutura, ele será dos primeiros a sentir consequências”, notou. “Há famílias com crianças que têm quartos encostados. Estão a dormir debaixo da piscina”, exclamou. Manuel Pereira apontou ainda “problemas de construção, agravados agora com pesos desta natureza”.
A pedido do condomínio, foi realizada uma peritagem técnica ao edifício, em abril, que concluiu que, “não estando prevista aquela sobrecarga, então a piscina e toda a estrutura de apoio não devia ter sido instalada”. O perito responsável pela avaliação referiu ainda que “podem estar criadas as condições para que se possa desencadear o mecanismo de rutura da laje”, resultante de um fenómeno de punçoamento, “um mecanismo de colapso local associado a uma rutura frágil, e praticamente sem aviso”. O relatório apontou ainda vários indícios de sobrecarga no edifício, tais como ladrilhos caídos da fachada e tijolos deformados e fragmentados pelo peso a que estão submetidos. A situação é idêntica à ocorrida em Miami, EUA, no final de junho, quando o colapso de um edifício custou a vida a pelo menos 95 pessoas.
Questionada pelo CM, a Câmara de Leiria informou ter realizado uma vistoria ao local, em resposta às queixas recebidas. Embora não se tenha referido ao risco de punçoamento, concluiu que a piscina ilegal “poderá pôr em risco a segurança e salubridade de pessoas e bens”. Ordenou ainda o esvaziamento imediato da piscina.
CÂMARA DÁ ORDEM PARA ESVAZIAMENTO IMEDIATO DA PISCINA APÓS VISTORIA