Correio da Manha

Especialis­tas exigem decisões mais rápidas

PROPOSTA Equipa de especialis­tas apresentou um novo indicador, para substituir a atual matriz de risco, que tem em conta a letalidade e os internamen­tos em enfermaria e UCI. Incidência deve ser usada a sete dias

- EDGAR NASCIMENTO/ / FRANCISCA GENÉSIO

Os especialis­tas defendem a aplicação mais rápida de medidas para conter a Covid-19. “O vírus não espera sete dias para se tomar uma decisão”, sublinhou ontem Filipe Froes, do Gabinete de Crise Covid da Ordem dos Médicos, durante a apresentaç­ão de um novo indicador que, defendem os especialis­tas, deve substituir a atual matriz de risco. Atualmente, Portugal regista uma taxa de incidência de 336,3 casos por 100 mil habitantes, a mais alta desde fevereiro.

O indicador ontem apresentad­o, que resulta de um trabalho de especialis­tas do Instituto Superior Técnico e da Ordem dos Médicos (OM), acrescenta uma avaliação da gravidade para determinar o estado da pandemia. A proposta não deita fora os dois indicadore­s existentes na atual matriz de risco - incidência e transmissi­bilidade (Rt) -, mas complement­a-os com mais três: letalidade, internamen­tos em enfermaria e em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI). “O índice vai variar entre 0 e 100 (temperatur­a de ebulição). Acima de 100 a situação é muito drástica”, frisou Henrique Oliveira, matemático e especialis­ta em sistemas dinâmicos. No novo indicador, explicou Miguel Guimarães, bastonário da OM, o

País está neste momento em 92,3, e a descer desde terça-feira. “O Rt está a descer já há 6/7 dias. O que puxa todos os índices para baixo. Estamos convencido­s de que a vacinação está mesmo a ter efeito”, apontou o bastonário. Acima do 100, com este novo indicador, “entramos em situação crítica e corremos o risco de novo confinamen­to”.

O novo indicador pode ser usado em qualquer sítio e a qualquer escala, permitindo que se adotem medidas adaptadas a regiões ou concelhos. “É um indicador feito com conhecimen­to científico”, acrescento­u Henrique Oliveira, consideran­do que a atual matriz “é lenta” e “são precisos indicadore­s mais rápidos”. “A incidência acumulada a 14 dias é um indicador fraco”, que impede a rapidez na resposta. Essa incidência devia ser “usada a sete dias, no mínimo”.

TAXA DE INCIDÊNCIA DE 336,3 CASOS POR 100 MIL HABITANTES A 14 DIAS

NOVA MATRIZ DEIXA PAÍS PERTO DO NÍVEL CRÍTICO E DE VOLTAR A CONFINAR

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Fi l a de dezenas de metros junto ao Centro de Vacinação de Monte Abraão, Si nt r a

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