Apesar do Estado
É GRANDE O RISCO DE UMAS QUANTAS ÁRVORES SEREM TOMADAS PELA FLORESTA
TEXTO ESCRITO COM A ANTIGA GRAFIA
Os negócios escandalosos e criminosos de alguns ‘grandes’ empresários que até há pouco tempo tratavam por tu o poder político e faziam de um país inteiro a sua coutada privativa não podem ser tomados pelo todo que é o tecido empresarial português, provavelmente dos mais batalhadores e resistentes do mundo. É grande o risco de umas quantas árvores - tocadas pelo bicho da ambição desmedida - serem tomadas pela floresta, dado o aparato mediático, judicial e político que envolvem os processos que as vão desmascarando. Mas é tremendamente injusto para a maioria silenciosa dos empresários portugueses: honestos, empreendedores, lutadores, confiáveis. Sejam de grandes, médias, pequenas ou micro empresas. São esses que, tantas vezes com enormes dificuldades para acederem a créditos bancários para os seus financiamentos e investimentos ou tratados com displicência por um Estado mega-burocrático que só lhes complica a vida (é preciso ter amigos dentro da ‘máquina’ para que liguem o descomplicador), são esses que verdadeiramente levam a economia para a frente, criam empregos, riqueza, e fazem avançar o país. Longe dos holofotes, trabalham com diligência, competência e uma enorme dose de resiliência, essa palavra tão ao gosto actual. E por falar nisso, é bom que o governo ouça os recentes avisos de António Costa Silva, que vê o risco de o país não ser capaz de executar o PRR, tal como não está a conseguir executar os muitos fundos que ainda faltam do Portugal 2020. Como se não bastasse um plano desenhado essencialmente para engordar o Estado, as empresas ainda têm de enfrentar o mastodôntico edifício burocrático para aceder ao que quer que seja. Tudo tão penoso e demorado que as leva a preferirem desenvencilharem-se sozinhas. É triste que tenha de ser assim. Mas é o que é, com este governo socialista, apoiado por uma esquerda que tem aversão às empresas. Mas elas sobrevivem e vencem… apesar do Estado.