Mãe faz queixa de juiz que lhe retirou a filha
CASO NOVO Leonor, 12 anos, regressa a casa após ter sido brutalmente afastada da mãe há três semanas Paula Pinto avança na Justiça contra magistrado, escola e técnica da Segurança Social
Amãe de Leonor, a criança que foi retirada à força por se recusar a usar máscara na escola devido a problemas de saúde, quer responsabilizar todas as pessoas que a afastaram da filha. “Vou apresentar queixa contra o diretor da escola, a técnica da Segurança Social e o juiz que obrigou a minha filha a ir viver com a avó. Irei saber a melhor forma de poder ir atrás de justiça”, refere ao Correio da Manhã, emocionada, Paula Pinto, que já tem finalmente a filha nos braços.
Três semanas depois de terem sido brutalmente separadas, mãe e filha estão novamente juntas. “Não consigo dizer ao certo, só sei que agora me sinto feliz. Foi injusto fazerem-me passar por uma situação traumática que nunca irei esquecer”, desabafa a pequena Leonor, que apesar dos seus 12 anos não hesita em acusar o juiz Pedro Gonçalves Pacheco de não a querer ouvir durante a inquirição no Tribunal de Vila Pouca de Aguiar. Em entrevista ao CM, Leonor confessa mesmo que, quando foi ouvida no tribunal, o juiz chegou mesmo a perguntar-lhe se “tudo o que dizia sobre o uso da máscara não era a pedido da mãe, ignorando todas as suas explicações”.
Paula Pinto, a mãe da criança, diz que é imperdoável tudo o que fizeram à filha, não conseguindo sequer avaliar os danos psicológicos que tudo isto terá causado a Leonor. “Foram todos cúmplices, construindo uma narrativa única, com vista a tirarem-me a minha filha. Como são todos amigos e eu não sou aqui da terra, protegeram-se uns aos outros.”
Lentamente, mãe e filha vão agora recuperando o tempo perdido, o tempo que lhes foi roubado. “Senti saudades dos abraços, da comida, das séries que víamos juntas, das panquecas que fazíamos. Só o tempo dirá se consigo perdoar o que aquele juiz me fez.” Não parece, mas estas são palavras de Leonor, que tem perfeita noção de tudo o que lhe fizeram e por tudo o que passou. “Tive muito medo que me mandassem para uma instituição. Diziam-me que tinha de esperar dois meses para poder voltar para casa e que só podia voltar se eu e a minha mãe seguíssemos
“DEVIA TER VERGONHA DA DECISÃO QUE TOMOU”, DIZ A PEQUENA LEONOR AO CM
“SÃO TODOS CÚMPLICES E PROTEGERAM-SE UNS AOS OUTROS”, AFIRMA A MÃE
as regras impostas pelo tribunal, caso contrário ia para uma instituição”, afirma a criança.
Quando lhe perguntamos o que diria ao juiz Pedro Gonçalves Pacheco se o encontrasse, foi assim que a pequena Leonor respondeu: “Devia ter vergonha da decisão que tomou.”