Aliviar a fatura
Apressão da subida dos combustíveis levou o Governo a avançar com um projeto, que ainda está só no papel, para reduzir as margens das gasolineiras em Portugal. Para o Governo, este é o fator que está a criar “distorção” no valor pago por empresas e famílias a cada ida à bomba de gasolina.
E o que nos dizem os números? Que a carga fiscal pesa 65% no preço do litro de gasolina em Portugal e praticamente 58% no valor do gasóleo. É isto uma defesa dos combustíveis fósseis? De maneira nenhuma. Mas que o Executivo tem na receita fiscal associada à chamada fiscalidade verde uma larga fatia do seu financia
PEQUENOS CHEQUES PARA BICICLETAS SOAM A POUCOCHINHO
mento é algo incontestável. Daí que só queira mexer nas margens.
O desafio será ainda maior quando o pacote verde da União Europeia (UE) começar a pesar sobre os setores mais poluidores, veículos a combustão incluído. Nessa altura, a fatura será absolutamente incomportável.
Daí que talvez fizesse mais sentido o Governo começar a pensar em ajustar a sua receita fiscal e olhar para os incentivos à mobilidade elétrica de uma forma mais séria. Pequenos cheques para bicicletas soam a poucochinho.
O verdadeiro incentivo à mudança passa por incentivar famílias e empresas a uma mudança mais rápida e definitiva.