Carteira salva PJ de armadilha mortal
ACUSAÇÃO Homem armadilhou a casa de banho com uma caçadeira para tentar matar a família SISTEMA Arma acionada por cabos presos à maçaneta da porta disparou quando inspetor entrou
Um perito da Polícia Judiciária da Guarda que em janeiro foi alvejado por uma caçadeira armadilhada no interior de uma habitação na Covilhã foi salvo pela sua própria carteira de documentos.
O especialista-adjunto fazia parte da equipa que recolhia provas num cenário de tentativa de suicídio e, ao entrar na casa de banho, foi atingido pelo disparo de uma caçadeira de canos serrados acionada por um sistema de cabos presos à maçaneta da porta. “Só não foi atingido de forma mais grave devido à posição em que abriu a porta e ao facto de trazer a carteira no bolso interno do casaco, tendo esta atuado como escudo protetor”, revela o Ministério Público na acusação.
“Era um cenário de tentativa de suicídio que não fazia antever uma armadilha do género, mas o perito teve uma abordagem cautelosa e evitou a ativação do segundo gatilho, que poderia ter consequências muito mais graves”, adiantou ao Correio da Manhã, na altura da ocorrência, fonte da PJ. O perito, de 56 anos, escapou apenas com ferimentos ligeiros.
A situação insólita ocorreu a 17 de janeiro numa quinta perto da aldeia de Terlamonte, na Covilhã. A Polícia Judiciária foi chamada ao local pela GNR, que horas antes tinha encontrado o proprietário, Jaime Correia, de 55 anos, moribundo no interior da habitação com uma faca espetada no abdómen.
O antigo sucateiro iria ser julgado por violência doméstica no dia seguinte e, por isso, terá tentado suicidar-se, mas não antes de armadilhar a casa de banho com a intenção de atingir a ex-mulher, ou outro familiar assim que abrissem a porta.
O agressor acabou por sobreviver à tentativa de suicídio e agora, para além do crime de violência doméstica de que já estava acusado, viu o Ministério Público acrescentar à lista um crime de homicídio qualificado na forma tentada e outro de detenção de arma proibida.
QUIS ARRASTAR FAMÍLIA PARA A MORTE APÓS TENTATIVA DE SUICÍDIO