REFORÇO CONTRA OS FOGOS DEIXA POSTOS DA GNR SEM EFETIVOS
DECISÃO Governo reforçou Unidade de Proteção e Socorro com mais de mil militares desde 2017. Postos foram sacrificados REGUENGOS Autarquia onde houve distúrbios diz que GNR da zona perdeu metade do efetivo em pouco mais de uma década
Em cerca de uma década, os p o s t o s d a GNR d e Re - guengos de Monsaraz e Telheiro (que policiam aquele concelho alentejano onde na noite de sexta-feira ocorreram distúrbios graves que deixaram três pessoas feridas enquanto dois militares observavam sem intervir) perderam cerca de metade do efetivo. Este exemplo, dado pela autarquia de Reguengos, é um dos muitos que mostram a sangria de operacionais nesta força de segurança nos últimos anos.
Fontes militares e associativas convergem na mesma explicação para este cenário. Após os grandes fogos de 2017, foi decidido o reforço do antigo Grupo de Intervenção Proteção e Socorro da GNR, atual Unidade de Emergência Proteção e Socorro (UEPS). E essa medida foi implementada, com a admissão de mais de mil operacionais, em prejuízo dos postos. “Houve ainda o reforço de outras unidades como a Escola Segura, ou os núcleos de investigação a acidentes. As incorporações não colmataram estas saídas”, explicou António Barreira, responsável da zona Sul da APG.
Já José Lopes, presidente da Associação Nacional de Sargentos, deu o exemplo do Destacamento de Évora. “Na semana passada, para uma área de cerca de 120 km², houve uma patrulha. Estimamos que um posto da GNR tenha um efetivo entre 17 e 20 militares. É insuficiente.”
Contactado pelo CM, o Ministério da Administração Interna remeteu para a GNR explicações sobre a falta de efetivos. Esta limitou-se ao caso de Reguengos, sem adiantar razões para a escassez de patrulhas.
UMA PATRULHA PARA VIGIAR 120 KM2 EM ÉVORA NA SEMANA PASSADA
ESCOLA SEGURA E NÚCLEOS DE ACIDENTES TAMBÉM SE REFORÇARAM