Correio da Manha

REFORÇO CONTRA OS FOGOS DEIXA POSTOS DA GNR SEM EFETIVOS

DECISÃO Governo reforçou Unidade de Proteção e Socorro com mais de mil militares desde 2017. Postos foram sacrificad­os REGUENGOS Autarquia onde houve distúrbios diz que GNR da zona perdeu metade do efetivo em pouco mais de uma década

- MIGUEL CURADO/JOÃO C. RODRIGUES

Em cerca de uma década, os p o s t o s d a GNR d e Re - guengos de Monsaraz e Telheiro (que policiam aquele concelho alentejano onde na noite de sexta-feira ocorreram distúrbios graves que deixaram três pessoas feridas enquanto dois militares observavam sem intervir) perderam cerca de metade do efetivo. Este exemplo, dado pela autarquia de Reguengos, é um dos muitos que mostram a sangria de operaciona­is nesta força de segurança nos últimos anos.

Fontes militares e associativ­as convergem na mesma explicação para este cenário. Após os grandes fogos de 2017, foi decidido o reforço do antigo Grupo de Intervençã­o Proteção e Socorro da GNR, atual Unidade de Emergência Proteção e Socorro (UEPS). E essa medida foi implementa­da, com a admissão de mais de mil operaciona­is, em prejuízo dos postos. “Houve ainda o reforço de outras unidades como a Escola Segura, ou os núcleos de investigaç­ão a acidentes. As incorporaç­ões não colmataram estas saídas”, explicou António Barreira, responsáve­l da zona Sul da APG.

Já José Lopes, presidente da Associação Nacional de Sargentos, deu o exemplo do Destacamen­to de Évora. “Na semana passada, para uma área de cerca de 120 km², houve uma patrulha. Estimamos que um posto da GNR tenha um efetivo entre 17 e 20 militares. É insuficien­te.”

Contactado pelo CM, o Ministério da Administra­ção Interna remeteu para a GNR explicaçõe­s sobre a falta de efetivos. Esta limitou-se ao caso de Reguengos, sem adiantar razões para a escassez de patrulhas.

UMA PATRULHA PARA VIGIAR 120 KM2 EM ÉVORA NA SEMANA PASSADA

ESCOLA SEGURA E NÚCLEOS DE ACIDENTES TAMBÉM SE REFORÇARAM

 ??  ?? Três pessoas foram atropelada­s em Reguengos sem que os únicos dois militares num raio de 30 quilómetro­s pudessem travar os agressores
Três pessoas foram atropelada­s em Reguengos sem que os únicos dois militares num raio de 30 quilómetro­s pudessem travar os agressores
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Autarcas e populações contra encerramen­to de postos

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